Alta do IPCA-15 desacelera em agosto a 0,19% com queda em preços de alimentos
BRASÍLIA (Reuters) -O IPCA-15, prévia da inflação usada como referência no regime de metas do Banco Central, desacelerou em agosto em meio à queda dos preços de alimentos e registrou alta de 0,19%, em linha com o esperado por economistas, mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
Em 12 meses, a inflação ao consumidor ficou em 4,35%, um pouco abaixo do teto da meta do BC de 4,5%.
O arrefecimento do índice este mês, após alta de 0,30% em julho, refletiu uma queda de 0,80% nos preços de alimentação e bebidas, no segundo mês consecutivo de recuo do grupo.
As maiores altas se deram nos preços de transportes (+0,83%), sob a pressão de aumento dos combustíveis, e educação (+0,75%).
Economistas consultados em pesquisa da Reuters estimavam alta de 0,20% do IPCA-15 em agosto sobre julho, com aumento de 4,45% na comparação anual.
"A pequena queda na taxa de inflação juntamente com as perspectivas de um corte de taxa pelo Fed no mês que vem significa que o Copom provavelmente deixará as taxas inalteradas (em vez de aumentá-las) no mês que vem", disse em nota a economista de mercados emergentes da empresa de pesquisa econômica Capital Economics, Kimberley Sperrfechter.
Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, destacou ainda a desaceleração dos núcleos de inflação, que desconsideram preços mais voláteis, e dos serviços.
"Em linhas gerais, o que tivemos hoje foi uma inflação que, ainda que com alguns pontos de pressão, trouxe uma composição benigna", afirmou. "Neste sentido, se o próximo IPCA vier com uma leitura parecida com a prévia de hoje, talvez fique um pouco mais difícil justificar novas altas na taxa Selic."
O Comitê de Política Monetária voltará a se reunir em 17 e 18 de setembro e autoridades do BC já afirmaram que não hesitarão em subir os juros se necessário, em meio à piora das expectativas de inflação, ainda que tenham destacado uma melhora do cenário externo desde a reunião anterior, no fim de julho.
O Federal Reserve, banco central dos EUA, já sinalizou explicitamente que deve cortar os juros em setembro, o que tem alimentado o apetite a risco dos investidores, contribuindo para uma valorização cambial em mercados emergentes como o Brasil.
ALIMENTOS
Os preços da alimentação no domicílio caíram 1,30% em agosto, acima do recuo de 0,70% registrado em julho. Contribuíram para esse resultado as quedas de produtos como tomate (-26,59%), cenoura (-25,06%) e batata-inglesa (-13,13%). Já a alimentação fora do domicílio teve alta de 0,49%.
No grupo transportes, a alta foi influenciada pelo aumento de 3,47% dos combustíveis. Já as passagens aéreas tiveram recuo de 4,63% nos preços.
O gás de botijão subiu 1,93% no mês, enquanto a energia elétrica residencial recuou 0,42%, após alta de 1,20% em julho, com o retorno da chamada bandeira tarifária verde, que não traz cobranças adicionais para os consumidores.
O IPCA-15 mediu a variação dos preços no período de 16 de julho a 14 de agosto frente ao período anterior. Os dados do IPCA, que mede a variação dos preços no mês fechado, serão divulgados em 10 de setembro.
(Por Isabel VersianiEdição de Eduardo Simões)
0 comentário
Wall Street fecha em alta após dados de atividade
Ibovespa sobe e chega nos 129 mil pontos com Petrobras; tem ganho na semana
Dólar fecha estável antes de anúncios do governo na área fiscal
Dólar sobe e euro recua para menor cotação em dois anos após dados do PMI
STOXX 600 salta mais de 1% e atinge pico em uma semana com impulso do setor imobiliário
S&P 500 e Dow Jones atingem máximas de uma semana após dados de PMI dos EUA