Ibovespa renova máxima histórica com disparada de Petrobras

Publicado em 26/08/2024 17:03 e atualizado em 26/08/2024 17:58

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, renovando máxima histórica e voltando a flertar com os 137 mil pontos, em desempenho sustentado pela disparada da Petrobras na esteira do avanço do petróleo no exterior e "upgrade" das ações pelo Morgan Stanley.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,94%, a 136.888,71 pontos, novo recorde de fechamento, tendo marcado 137.013,05 pontos na máxima e 135.608 pontos na mínima do dia. O volume financeiro no pregão somou 20,6 bilhões de reais.

As ações brasileiras permanecem beneficiadas pela procura global por ativos de risco, dada a perspectiva de um corte de juros iminente nos Estados Unidos, que ganhou ainda mais força após declarações do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, na última sexta-feira.

Em discurso no simpósio anual do Fed de Kansas City em Jackson Hole, Powell afirmou que "chegou a hora de ajustar a política" monetária, acrescentando que "direção a ser seguida é clara", embora tenha ponderado que o momento e o ritmo dos cortes nos juros dependerão de dados.

Dados da B3 mostram que as compras de estrangeiros na bolsa paulista superam as vendas em 6 bilhões de reais em agosto até o dia 22.

De acordo com analistas do Itaú BBA, no relatório Diário do Grafista, o Ibovespa está em tendência de alta no curto prazo, mas o risco de uma realização de lucros segue na mesa.

"Aos poucos, os mercados avançam e buscam convencer os investidores de que mais uma rodada de alta pode estar por vir. Mas o fato é que a briga entre compradores e vendedores ao redor das resistências tem amarrado os demais índices, deixando uma possibilidade de realização de lucros", escreveram.

Depois do rali recente, a equipe do Itaú BBA avalia que o mercado continua esticado e mostra, até o momento, que pode continuar a subida. "Frente a isso, é um olho na compra e o outro no stop para proteger os ganhos dos últimos pregões."

DESTAQUES

- PETROBRAS PN saltou 7,26%, para o novo topo de fechamento a 39,57 reais, favorecida pelo preço do petróleo no exterior. O barril de Brent fechou em alta de 3,05%. Analistas do Morgan Stanley também elevaram a recomendação dos papéis da estatal para "overweight", bem como o preço-alvo dos ADRs de 18 para 20 dólares, enxergando uma perspectiva de retorno total atraente. Ainda nesta segunda-feira, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) definiu a estatal como operadora do bloco Jaspe a ser licitado sob regime de partilha. PETROBRAS ON disparou 8,96%, para a máxima histórica de fechamento de 42,92 reais. No melhor momento, atingiu o topo intradia de 43,12 reais.

- VALE ON encerrou negociada com um ganho de 1,13%, em dia de alta dos futuros do minério de ferro na China, com o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, tendo encerrado as negociações do dia com alta de 3,45%.

- SÃO MARTINHO ON subiu 3,58%, em meio a perspectivas de que incêndios que chegaram a atingir parte do canavial da companhia não devem ter impacto sobre o volume total produzido, uma vez que a empresa deve processar a cana afetada ao longo dos próximos dias. Ao mesmo tempo, a empresa deve beneficiar-se da alta dos preços do açúcar e do álcool, pela menor disponibilidade dos demais produtores.

- RUMO ON recuou 2,92%, após divulgar atualização da projeção de investimento em 1ª fase da Ferrovia do Mato Grosso (FMT) para entre 3,8 bilhões e 4,3 bilhões de reais. De acordo com a empresa, a projeção, que vale entre julho e dezembro de 2026, considera inclusão de 500 milhões de reais para construção de novo terminal que não estava incluído na estimativa anterior, exclusão de desembolsos realizados até junho e atualização de premissas de construção e econômicas. Analistas do Goldman Sachs consideraram "significativo" o aumento no capex por quilômetro em relação à estimativa anterior.

- CVC BRASIL ON desabou 8%, em meio a ajustes após forte valorização na última semana, quando acumulou um ganho de 17,8%. No final da sexta-feira, a operadora de turismo divulgou que fundos sob a gestão da WNT reduziram a participação na companhia para o equivalente a 3,34% do capital social.

- AMERICANAS ON, que não está no Ibovespa, fechou em queda de 16,67%, a 0,05 real, repetindo a mínima histórica intradia já apurada na sexta-feira. A partir de terça-feira, a ação passa a ser negociada sob grupamento aprovado anteriormente na proporção de 100 por 1. No último pregão antes do anúncio sobre "inconsistências contábeis" da ordem de 20 bilhões de reais, em 11 de janeiro de 2023, que desencadeou a crise que fez a companhia pedir recuperação judicial, o papel fechou a 12 reais.

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Fonte:
Reuters

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