Ibovespa renova máxima após IBC-Br acima do esperado, com Petz em destaque
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O sinal positivo prevalecia na bolsa paulista nesta sexta-feira, mantendo a tendência dos últimos oito pregões, com o IBC-Br mostrando que a economia brasileira cresceu acima do esperado em junho, enquanto o noticiário corporativo destacava o anúncio de fusão entre Petz e Cobasi.
Por volta de 11h05, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,38%, a 134.657,12 pontos, tendo chegado a 134.781,44 pontos no melhor momento, nova máxima histórica intradia, em sessão também marcada pelo vencimento de opções sobre ações na B3.
Com tal desempenho, o Ibovespa acumula até o momento alta de 3,10% na semana.
O volume financeiro no pregão desta sexta-feira somava 4,68 bilhões de reais.
O IBC-Br, calculado pelo Banco Central e considerado um sinalizador do PIB, avançou 1,4% em junho ante maio e fechou o segundo trimestre com alta de 1,1% sobre o trimestre anterior, de acordo com dados dessazonalizados. Economistas consultados pela Reuters esperavam alta de 0,50% no mês.
De acordo com o economista José Alfaix, da Rio Bravo, o IBC-Br corrobora a visão de elevado dinamismo na atividade econômica no país, mas também é um desafio adicional para o Banco Central, que também lida com preocupações com o cenário externo, a taxa de câmbio elevada e a política fiscal pró-cíclica do governo.
Em evento em São Paulo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira que a inflação acumulada em 12 meses no Brasil voltou a mostrar números mais altos, mas acrescentou que a autarquia espera que as próximas leituras sejam mais baixas.
A trajetória positiva recente na bolsa, com o Ibovespa já acumulando um ganho de 5,49% em agosto, tem encontrado suporte principalmente na perspectiva de que o Federal Reserve começará a cortar os juros nos Estados Unidos em setembro, bem como na percepção de pouso suave da economia norte-americana.
DESTAQUES
- PETZ ON disparava 28,41% após anunciar que assinou com a rival Cobasi acordo para combinação das operações entre ambas, que criará a maior empresa no setor no país. A expectativa é de que a fusão gere um valor incremental no Ebitda somado das duas companhias de 220 milhões a 330 milhões de reais por ano. Até a véspera, a ação acumulava queda de 12,6% no ano.
- IRB(RE) ON avançava 8,61%, ainda embalada pela repercussão favorável dos resultados do segundo trimestre divulgados na terça-feira à noite. Na véspera, os papéis fecharam com um salto de 30,66%.
- LOCALIZA ON subia 4,01%, em dia de recuperação após três quedas seguida, com destaque para o tombo de 16,84% na quarta-feira após o balanço do período de abril a junho frustrar investidores. Analistas do Goldman Sachs afirmaram que a queda recente das ações mais do que precifica os resultados fracos do segundo trimestre e recomendaram a compra dos papéis.
- AZZAS 2154 ON recuava 4,78%, em sessão de ajustes após forte valorização desde o começo do mês, que até a véspera alcançava quase 11%. Analistas do Safra reiteraram recomendação "outperform" para os papéis após Investor Day da empresa na véspera, mas destacaram que o as sinergias anunciadas adicionam pouco "upside" nas suas estimativas de curto prazo.
- VALE ON cedia 1,1%, acompanhando o movimento dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou o pregão diurno com queda de 0,99%.
- PETROBRAS PN perdia 0,05%, após duas sessões seguidas de valorização, tendo como pano de fundo a queda dos preços do petróleo no exterior. O barril de Brent, usado como referência pela estatal, caía 1,33%.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançava 0,78%, engatando a sexta alta seguida, dada a percepção mais positiva para o setor após a temporada de balanços. BANCO DO BRASIL ON subia 0,96%, BRADESCO PN ganhava 0,26% e SANTANDER BRASIL UNIT tinha acréscimo de 1,43%.
- AMBIPAR ON, que não faz parte do Ibovespa, saltava 13,27%, após anunciar acordos para a venda de veículos usados somando 717 milhões de reais, a fim de renovar sua frota no Brasil, o que deve significar uma economia de 1,6 bilhão de reais em capex nos próximos 2 a 3 anos e queda na alavancagem financeira de 2,8 para 2,4 vezes.
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