Nasdaq e S&P 500 caem 3% com temor de recessão nos EUA e queda da Apple

Por Caroline Valetkevitch

NOVA YORK (Reuters) - Os principais índices de ações dos Estados Unidos encerraram em forte queda nesta segunda-feira, com o Nasdaq e o S&P 500 cedendo pelo menos 3% cada um, com o mercado ampliando a liquidação da semana passada em meio a preocupações com uma recessão nos EUA.

As ações da Apple caíram depois que a Berkshire Hathaway cortou sua participação na empresa.

Os três principais índices registraram suas maiores quedas percentuais em três dias desde junho de 2022, e o Nasdaq e o S&P 500 fecharam em seus níveis mais baixos desde o início de maio.

Temores de recessão abalaram os mercados globais e afastaram investidores dos ativos de risco após dados econômicos fracos da semana passada, incluindo o relatório de sexta-feira sobre o mercado de trabalho dos EUA.

Investidores temem que a economia norte-americana esteja perdendo força mais rapidamente do que o previsto e que o Federal Reserve tenha errado ao manter a taxa de juros inalterada em sua última reunião de política monetária.

As ações da Apple caíram 4,8% depois que a Berkshire Hathaway reduziu pela metade sua participação na fabricante do iPhone. O bilionário Warren Buffett também deixou o caixa da Berkshire subir para 277 bilhões de dólares.

Nvidia, Microsoft e Alphabet também caíram, enquanto o índice de volatilidade Cboe, conhecido como "medidor de medo" de Wall Street, teve seu maior fechamento desde 28 de outubro de 2020. Todos os 11 setores do S&P 500 caíram, com o de tecnologia na liderança.

O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, minimizou temores de recessão, mas disse que as autoridades do banco central precisam estar cientes das mudanças no ambiente para evitar serem muito restritivas com a taxa de juros.

O Dow Jones caiu 2,6%, para 38.703,27 pontos. O S&P 500 perdeu 3,00%, para 5.186,33 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq cedeu 3,43%, para 16.200,08 pontos.

Operadores estão agora precificando uma chance de 86% de que o Fed corte os juros em 50 pontos-base em sua próxima reunião, programada para setembro, e uma chance de 14% de uma redução de 25 pontos-base, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.