Cepa de gripe aviária de vacas dos EUA tem disseminação mínima pelo ar, segundo estudo com furões
Por Jennifer Rigby
LONDRES (Reuters) - A cepa de gripe aviária encontrada em vacas dos Estados Unidos não é facilmente transmitida pelo ar entre furões, segundo um novo estudo, mas os cientistas que lideraram o trabalho disseram que ela demonstrou alguma capacidade de se espalhar dessa forma.
Os furões são considerados os melhores mamíferos de pequeno porte para estudar infecções e transmissões de vírus influenza e são frequentemente usados para coletar informações para avaliações de riscos à saúde pública de vírus emergentes.
No experimento liderado por pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison, os furões infectados com uma amostra da cepa de gripe aviária H5N1 foram colocados perto de animais saudáveis, mas não perto o bastante para haver contato físico.
Nenhum dos quatro furões saudáveis expostos dessa maneira ficou doente e nenhum vírus foi recuperado deles durante o estudo.
No entanto, um dos furões produziu anticorpos contra o vírus, segundo os pesquisadores descobriram posteriormente, sugerindo que havia sido infectado.
“É uma boa notícia que o vírus não é amplamente transmissível entre furões pelo ar, mas é preocupante que tenha a habilidade de se transmitir (dessa maneira)”, afirmou o virologista de gripe e autor do estudo, Yoshihiro Kawaoka.
Um vírus que pode se espalhar facilmente pelo ar entre humanos representaria uma ameaça maior de pandemia do que o H5N1 atualmente.
Esse risco é avaliado por agências de saúde pública como baixo mundialmente porque não há evidências de transmissão entre seres humanos.
Quatro casos humanos, todos em trabalhadores do setor de laticínios, foram relatados nos Estados Unidos desde que a gripe aviária foi confirmada em vacas leiteiras em março. Todas as quatro pessoas se recuperaram.
O estudo, publicado nesta segunda-feira na revista Nature, também mostrou que a gripe aviária em vacas pode se conectar a receptores do tipo humano em condições de laboratório. Esses receptores são a forma como os vírus da gripe normalmente entram e infectam células humanas no mundo real.
A gripe aviária prefere se ligar apenas a receptores aviários, que são escassos em seres humanos. Os resultados de laboratório precisam ser mais estudados para avaliar as implicações ao mundo real, segundo os cientistas, porque no passado vírus da gripe que desenvolveram a capacidade de se ligar aos dois tipos causaram pandemias humanas.
Até agora, os cientistas suspeitam que o vírus se dissemina entre animais e humanos pelo contato com leite infectado ou gotículas de leite em aerossol ou pela exposição a aves infectadas.
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