Dólar tem novo avanço puxado por exterior e acumula alta de 1% na semana

Publicado em 14/06/2024 17:09 e atualizado em 14/06/2024 17:43

Logotipo Reuters

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - Em uma semana de desconfiança em relação ao governo Lula e de pressão para os ativos brasileiros, o dólar à vista fechou a sexta-feira com novo avanço ante o real, com o viés altista vindo do exterior se sobrepondo a certo alívio visto em outros mercados do Brasil, como o de juros futuros, ainda que permaneçam entre investidores preocupações sobre o equilíbrio fiscal.

O dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,3812 reais na venda, em alta de 0,25%. Foi o terceiro avanço das cotações na semana, que teve ainda um dia de baixa e outro de cotação perto da estabilidade. No acumulado semanal, o dólar subiu 1,06%.

Às 17h31, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,29%, a 5,3900 reais na venda.

Na sessão de quinta-feira o dólar havia recuado ante o real na esteira de declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ministros em defesa do equilíbrio fiscal. Nesta sexta, a moeda ensaiou nova baixa, tendo atingido a cotação mínima de 5,3437 reais (-0,45%) às 9h45, mas durante a tarde a divisa se firmou no território positivo, acompanhando o exterior.

“O dólar até teve um bom ajuste, chegando a bater 5,34 reais, mas depois inverteu e passou a subir levemente, mais alinhado à alta vista no exterior”, pontuou Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora. “Na verdade, a moeda parece estar tentando achar um ponto de equilíbrio após a forte pressão vista na semana”, acrescentou.

A nova alta do dólar ocorreu a despeito de a curva de juros ter registrado maior alívio nesta sexta-feira, com as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) chegando a recuar 15 pontos-base em alguns vencimentos.

Alguns profissionais afirmaram que, no mercado de câmbio, os investidores parecem estar receosos em assumir mais posições vendidas (no sentido de queda da moeda norte-americana), em meio a receios contínuos com o equilíbrio fiscal brasileiro.

Existe ainda a percepção, conforme dois profissionais consultados pela Reuters, de que parte do mercado pode estar “testando” o Banco Central, para saber até que ponto cotações próximas de 5,40 reais ainda deixam a autarquia confortável sob o ponto de vista do controle da inflação.

Por trás disso está a expectativa de que o BC possa entrar nos negócios para segurar as cotações por meio de leilões extras de swap cambial -- equivalentes à venda de moeda no mercado futuro.

Em suas comunicações oficiais, porém, o BC sempre reitera que as intervenções no mercado são feitas apenas em caso de distorções, e não para segurar os preços. Na última vez em que realizou um leilão extra de swaps, no início de abril, o BC procurou atender a uma demanda adicional gerada pelo resgate do título NTN-A3, atrelado ao câmbio.

No exterior, o dólar seguia em alta ante uma cesta de moedas fortes, com o euro sendo especialmente penalizado por receios em torno de possível vitória da extrema direita nas eleições antecipadas da França. A moeda norte-americana também subia ante a maior parte das demais moedas.

Às 17h25, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,25%, a 105,500.

Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de agosto.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário