Rússia amplia exercícios com armas nucleares táticas
Por Guy Faulconbridge e Lidia Kelly
MOSCOU (Reuters) - A Rússia afirmou nesta quarta-feira que soldados e marinheiros do distrito militar de Leningrado, no norte do país, que faz fronteira com os membros da Otan Noruega, Finlândia, Polônia, Estônia, Letônia e Lituânia, participaram de exercícios para mobilizar armas nucleares táticas.
A medida parece ampliar a geografia divulgada dos exercícios nucleares para incluir soldados de distritos militares que cobrem quase toda a fronteira europeia da Rússia, que se estende do Oceano Ártico até o Mar Negro.
O presidente Vladimir Putin ordenou os exercícios, que foram anunciados no mês passado para serem realizados no distrito militar do sul, na fronteira com a Ucrânia, após o que a Rússia disse serem sinais vindos de autoridades ocidentais de que permitiriam que a Ucrânia atacasse profundamente a Rússia com armas ocidentais.
"O pessoal da unidade de mísseis do Distrito Militar de Leningrado está praticando tarefas de treinamento de combate", disse o Ministério da Defesa da Rússia em um comunicado sobre os exercícios.
Essas tarefas incluíram a obtenção de munição especial de treinamento para o sistema de mísseis tático-operacional Iskander-M, equipando os veículos de lançamento com eles e avançando secretamente para a área de posição designada para os preparativos de lançamentos de mísseis, acrescentou.
"As tripulações dos navios da marinha envolvidos no treinamento equiparão os mísseis de cruzeiro baseados no mar com ogivas simuladas especiais e entrarão nas áreas de patrulha designadas", disse o ministério.
Um vídeo divulgado pelo Ministério da Defesa russo mostrou um sistema de mísseis móveis sendo escoltado para um campo, bem como um foguete sendo carregado em um navio de guerra.
A Rússia disse na terça-feira que iniciou um segundo estágio de exercícios para praticar a prontidão de armas nucleares táticas ao lado das tropas bielorrussas.
Putin disse na sexta-feira que a Rússia não precisa usar armas nucleares para garantir a vitória na Ucrânia, o sinal mais forte do Kremlin até o momento de que o conflito mais mortal da Europa desde a Segunda Guerra Mundial não se transformará em uma guerra nuclear.
Mas ele também declarou que não descartava mudanças na doutrina nuclear da Rússia, que estabelece as condições sob as quais essas armas poderiam ser usadas. Ele já havia dito anteriormente que não via motivos para mudar a doutrina.
(Reportagem de Lidia Kelly, em Melbourne, e Guy Faulconbridge, em Moscou)
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