Crescimento da indústria da China atinge máxima em dois anos, mostra PMI do Caixin
PEQUIM (Reuters) - A atividade industrial da China cresceu em maio no ritmo mais rápido em cerca de dois anos, com forte produção e novos pedidos, mostrou uma pesquisa do setor privado nesta segunda-feira, indicando que a indústria permanece robusta em meio a políticas industriais de apoio.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) de indústria do Caixin/S&P Global subiu para 51,7 em maio, de 51,4 no mês anterior, marcando o ritmo mais rápido desde junho de 2022 e superando as previsões dos analistas de 51,5. A marca de 50 pontos separa crescimento de contração.
A leitura contrasta com uma pesquisa oficial na sexta-feira que mostrou uma queda surpreendente na atividade industrial, apontando para um quadro misto da indústria.
Aa pesquisa do Caixin seria mais inclinada para as empresas menores e voltadas para a exportação do que o PMI oficial, que é muito mais amplo.
A produção aumentou pelo ritmo mais rápido desde junho de 2022, com as empresas do segmento de consumo registrando um crescimento acentuado em maio.
De acordo com os entrevistados, a produção foi sustentada por entradas mais altas de novos trabalhos, já que a demanda doméstica e global mais forte sustentou o interesse dos clientes por novos produtos.
No entanto, os novos pedidos de exportação cresceram em um ritmo muito mais lento em comparação com o pico recorde de 41 meses registrado em abril. Alguns entrevistados disseram que as feiras comerciais recentes levaram a novos trabalhos, enquanto outros se referiram à sua expansão estratégica para mercados estrangeiros. Mas uma economia global sem brilho continua sendo uma restrição.
"Levará tempo para encontrar soluções para esses problemas que se acumulam", disse Wang Zhe, economista sênior do Caixin Insight Group. "As políticas destinadas a estabilizar a economia, impulsionar a demanda doméstica e aumentar o emprego precisam ser fortalecidas e consistentes."
O sentimento entre os produtores avançou em relação a abril, pois eles esperavam melhora da demanda tanto no país quanto no exterior.
O aumento dos preços de metais, plásticos e energia levou a uma alta nos custos médios de insumos. A taxa de inflação de de insumos foi a mais alta desde outubro passado.
Entretanto, o nível de emprego continuou fraco, permanecendo em território contracionista pelo nono mês consecutivo. A taxa de perda de empregos diminuiu, com os fabricantes de bens de consumo registrando até mesmo um ligeiro aumento nos níveis de pessoal.
A economia da China tem sido pressionada por uma prolongada crise imobiliária, que tem pesado sobre a confiança das empresas e dos consumidores.
(Reportagem de Ellen Zhang e Ryan Woo)
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