Presidente do Irã Ebrahim Raisi morre em acidente de helicóptero

Publicado em 20/05/2024 07:50 e atualizado em 20/05/2024 09:56

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Por Parisa Hafezi e Yomna Ehab

DUBAI (Reuters) - O presidente iraniano Ebrahim Raisi, um linha-dura visto como um potencial sucessor do líder supremo Ali Khamenei, morreu depois que seu helicóptero caiu em condições climáticas adversas nas montanhas perto da fronteira com o Azerbaijão, disseram autoridades e a mídia estatal nesta segunda-feira.

Os destroços carbonizados do helicóptero que caiu no domingo, transportando Raisi, o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, e seis outros passageiros e tripulantes, foram encontrados no início da segunda-feira, após uma busca durante a noite em condições de nevasca.

O líder supremo Khamenei, que detém o poder supremo com palavra final sobre a política externa e o programa nuclear do Irã, disse que o primeiro vice-presidente Mohammad Mokhber assumirá como presidente interino, informou a agência de notícias oficial Irna.

"Anuncio cinco dias de luto público e ofereço minhas condolências ao querido povo do Irã", afirmou Khamenei em um comunicado. Mokhber, assim como Raisi, é visto como próximo a Khamenei.

De acordo com a Constituição da República Islâmica, uma nova eleição presidencial deve ser realizada em 50 dias.

Imagens da televisão estatal iraniana mostraram destroços espalhados em uma encosta enevoada, enquanto imagens separadas da Irna mostraram trabalhadores do Crescente Vermelho carregando um corpo coberto em uma maca. Todas as pessoas a bordo do helicóptero morreram, disse anteriormente uma autoridade de alto escalão iraniana à Reuters.

O vice-ministro das Relações Exteriores, Ali Bagheri Kani, foi nomeado ministro interino das Relações Exteriores após a morte de Amirabdollahian, segundo a Irna.

O acidente ocorre em um momento de crescente dissidência no Irã em relação a uma série de crises políticas, sociais e econômicas. Os governantes clericais do Irã enfrentam pressão internacional sobre o programa nuclear de Teerã e o aprofundamento dos laços militares com a Rússia durante a guerra na Ucrânia.

Desde que o Hamas, aliado do Irã, atacou Israel em 7 de outubro, provocando o ataque israelense a Gaza, conflagrações envolvendo grupos alinhados ao Irã eclodiram em todo o Oriente Médio.

Uma longa disputa entre Irã e Israel veio à tona no mês passado com trocas de disparos de drones e mísseis.

A mídia estatal informou que as imagens do local mostraram que o helicóptero Bell 212 fabricado nos Estados Unidos bateu no pico de uma montanha, embora não houvesse informação oficial sobre a causa do acidente. Entre os mortos também estão o governador da província do Azerbaijão Oriental e um imã sênior da cidade de Tabriz.

Uma autoridade israelense disse à Reuters que o país não estava envolvido no acidente. "Não fomos nós", declarou a autoridade, que pediu anonimato.

MENSAGENS DE CONDOLÊNCIAS

O helicóptero caiu na região de Varzeqan, ao norte de Tabriz, informou a agência Irna, quando Raisi retornava de uma visita oficial à fronteira com o Azerbaijão, no noroeste do Irã.

Raisi, de 63 anos, foi eleito presidente em 2021 e, desde que assumiu o cargo, ordenou um endurecimento das leis de moralidade, supervisionou uma repressão sangrenta aos protestos antigovernamentais e pressionou fortemente nas negociações nucleares com as potências mundiais.

Mensagens de condolências foram enviadas pelos vizinhos e aliados regionais do Irã, incluindo os líderes de Arábia Saudita, Síria, Egito, Emirados Árabes Unidos, Catar, Jordânia, Iraque e Paquistão.

O presidente russo, Vladimir Putin, chamou Raisi de "um verdadeiro amigo da Rússia", enquanto o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse estar "profundamente chocado e triste".

Houve menos reação das capitais ocidentais, embora a União Europeia e o Japão tenham expressado suas condolências.

O grupo militante Hamas, apoiado pelo Irã, que luta contra as forças israelenses em Gaza com o apoio de Teerã, emitiu uma declaração expressando solidariedade ao povo iraniano por "essa imensa perda".

(Reportagem de Parisa Hafezi em Dubai e Yomma Ehab no Cairo)

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Fonte:
Reuters

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