Ibovespa recua em dia com opções e Petrobras ainda debilitada
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta sexta-feira, marcada por vencimento de opções sobre ações, com Petrobras ainda debilitada pelo noticiário recente envolvendo o comando da estatal, enquanto Vale subia e atenuava a pressão de baixa, apoiada em medidas da China para ajudar o setor imobiliário do país.
Às 11h, o Ibovespa cedia 0,35%, a 127.829,68 pontos, já tendo marcado 128.463,7 pontos na máxima e 127.696,11 pontos na mínima, acumulando até o momento acréscimo de 0,18% na semana. O volume financeiro somava 3,33 bilhões de reais.
No exterior, as bolsas norte-americanas tinham variações modestas, enquanto o rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos subia, em meio a uma agenda fraca, com investidores atentos a sinais de autoridades do Federal Reserve sobre os juros na maior economia do mundo.
Comentários de autoridades do Fed, incluindo o vice-presidente do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), que decide os juros, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, reconheceram a virada positiva nesta semana em um possível sinal de que os consumidores estão se retraindo.
Mas isso ainda não fez com que dissessem algo concreto sobre quando os juros podem cair, indicando, como fez o chair do Fed, Jerome Powell, nesta semana que embora a perspectiva base continue sendo de queda da inflação, eles não confiam totalmente nela após três meses de decepção com os dados de inflação.
De acordo com a analista sênior do Swissquote Bank, Ipek Ozkardeskaya, apesar da abordagem cautelosa de membros do Fed, a autoridade monetária disse no começo do mês que seu próximo movimento provavelmente não será um aumento do juro, enquanto a semana mostrou dados mais fracos de atividade e inflação.
"A semana deve terminar com um tom mais pacífico em comparação com o que começou, embora eu insista que a inflação não está nem perto dos níveis em que a Fed poderia razoavelmente e publicamente sugerir um próximo corte nas taxas", afirmou.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN caía 0,59%, ainda fragilizada pelo receios envolvendo a troca do comando da estatal. Até a véspera, os papéis acumulavam um declínio de mais de 10% na semana.
- VALE ON subia 0,77%, favorecida pala alta dos preços do minério de ferro na China, após o banco central chinês viabilizar o equivalente a 138 bilhões de dólares em financiamento extra e flexibilizar regras de hipoteca. Além disso, governos locais na China se preparam para comprar "alguns" apartamentos. O contrato futuro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 2,18%, a 891,5 iuans (123,47 dólares) a tonelada.
- ITAÚ UNIBANCO PN perdia 0,33%, enquanto BRADESCO PN mostrava decréscimo de 0,37%.
- RUMO ON recuava 1,81%, tendo no radar relatório de analistas do Goldman Sachs avaliando que a relação risco/retorno das ações melhorou após queda recente, mas reiterando recomendação "neutra" e reduzindo o preço-alvo de 27 para 24,50 reais. Os analistas destacaram que a safra em 2024 ainda deve ser menor ano a ano, o que poderá manter os preços do frete de caminhões sob pressão este ano e então levar a um resultado desfavorável nas negociações de preços da Rumo para o próximo ano.
- IRB(RE) ON subia 4,53%, ajudado por relatório de analistas do JPMorgan que elevou recomendação das ações para "neutra", com manutenção do preço-alvo de 38 reais. Os analistas avaliaram que a ação está precificada de forma justa no atual "valuation" para o potencial efeito negativo referente às enchentes no Rio Grande do Sul. A equipe do banco também citaram que avaliou positivamente o resultados da resseguradora divulgados mais cedo nesta semana.
- 3R PETROLEUM ON avançava 3,33%, após o conselho de administração aprovar a incorporação da Enauta, formando uma companhia de petróleo com "alto" potencial de crescimento nos próximos anos. O colegiado da petrolífera também aprovou a incorporação da Maha Energy Holding, em medida que viabiliza que a 3R Offshore passe a ser totalmente detida pela 3R, o que era uma condição precedente para a incorporação da Enauta. ENAUTA ON, que não faz parte do Ibovespa, subia 0,78%.
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