Candidatos à Presidência da Argentina trocam farpas em primeiro debate
Por Walter Bianchi
BUENOS AIRES (Reuters) - Os principais candidatos à Presidência da Argentina entraram em confronto no primeiro debate da campanha no domingo, trocando farpas sobre quem é o culpado pelas últimas crises econômicas e como acabar com décadas de dificuldade econômica.
De acordo com a lei argentina, dois debates obrigatórios devem ser realizados antes da eleição presidencial de 22 de outubro, na qual os eleitores argentinos têm visões radicalmente diferentes para o futuro.
Com o crescente ceticismo dos eleitores, o debate sobre economia, educação, direitos humanos e "coexistência democrática" foi realizado com um formato pré-estabelecido e regras rígidas que deram pouco tempo para que os candidatos elaborassem seus pontos.
O candidato ultraliberal Javier Milei, que propõe a dolarização e está liderando as pesquisas, propôs "reformar o Estado, reduzir drasticamente os gastos públicos, cortar impostos, simplificar o sistema tributário, desregulamentar a economia, privatizar para se livrar das empresas estatais nocivas, abrir a economia e fechar o banco central".
Milei disse aos eleitores que, com tais reformas, em 15 anos a Argentina "poderia estar atingindo padrões de vida semelhantes aos da Itália ou da França, se me derem 20, da Alemanha, e se me derem 35, dos Estados Unidos".
Sergio Massa, candidato do partido governista, pediu desculpas aos eleitores pelas recentes dificuldades econômicas, mas procurou se distanciar dos "erros" cometidos pelo governo antes de se tornar ministro da Economia.
"Estou ciente de que a inflação é um grande problema na Argentina", disse Massa.
A ordem das apresentações foi previamente sorteada.
"Todos nós estamos clamando pelo fim da angústia em que estamos vivendo. Ninguém na Argentina aguenta mais", afirmou a líder de centro-direita Patricia Bullrich.
"Estou chegando para eliminar a inflação", acrescentou ela, sem entrar em detalhes.
Sobre educação, todos os candidatos apoiaram a educação pública e, em relação aos direitos humanos, mantiveram suas diferenças sobre a história recente da Argentina.
O segundo debate, que vai abordar segurança, trabalho e "desenvolvimento humano, moradia e proteção ambiental", será realizado no próximo domingo em Buenos Aires.
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