Ibovespa recua pressionado por Vale

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta segunda-feira, com Vale entre as maiores pressões negativas na esteira da queda dos futuros do minério de ferro na China, enquanto BRF e MRV&Co também eram destaque de baixa em semana com precificação de oferta de ações.

Às 11:08, o Ibovespa caía 0,28%, a 118.570,27 pontos. O volume financeiro somava 3,5 bilhões de reais.

Ainda analisando texto da reforma tributária aprovado na última semana pela Câmara dos Deputados, investidores no mercado brasileiro tinham no radar um boletim Focus com poucas mudanças, enquanto aguardam a divulgação do IPCA na terça-feira.

Na visão de economistas do Bradesco, o IPCA de junho deve mostrar inflação em 12 meses abaixo do centro da meta de 3,25% para 2023.

Eles avaliam que a trajetória a partir de julho deve voltar a ser ascendente, "mas a continuidade da deflação no atacado e a melhora da dinâmica das expectativas de inflação devem abrir caminho para o início do ciclo de cortes da Selic já em agosto."

No exterior, a semana também começou com dados de preços em foco, no caso da China, com os dados ao consumidor beirando a deflação, aumentando os argumentos para que as autoridades usem mais estímulos para reanimar a demanda fraca.

E na quarta-feira será a vez do CPI, o índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos. Ainda na pauta norte-americana, tende a ficar no radar o início da temporada de balanços.

DESTAQUES

- VALE ON caía 1,18%, a 64,69 reais, em meio ao declínio dos futuros de minério de ferro na China. O contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou as negociações diurnas com queda de 3,5%, a 795,5 iuanes (109,94 dólares) por tonelada métrica, seu pior dia desde outubro.

- BRF ON cedia 3,37%, a 9,74 reais, tendo no radar a precificação de oferta de ações da companhia nesta semana, no dia 13. A operação permitirá a concretização de um investimento da saudita Salic e da Marfrig na companhia brasileira.

- MRV&CO ON recuava 2,86%, a 12,91 reais, em sessão de ajustes, após saltar quase 15% na última semana, marcada pela divulgação de dados operacionais do segundo trimestre e anúncio de oferta de ações. A construtora também precifica seu follow-on na quarta-feira.

- AMBEV ON avançava 2,56%, a 15,23 reais, em dia de recuperação, após acumular na semana passada queda de 3,6%. Analistas esperam resultado misto ou neutro no segundo trimestre da fabricante de bebidas.

- PETROBRAS PN registrava variação positiva de 0,27%, a 29,58 reais, em dia de oscilação discreta dos preços do petróleo no exterior, com o Brent mostrando decréscimo de 0,1%.

- BANCO DO BRASIL, ON tinha queda de 0,88%, a reais, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN cedia 0,14% e BRADESCO PN perdia 0,12%.