EUA teriam “profundas preocupações” com atividades militares da China em Cuba, diz secretário de Estado
LONDRES (Reuters) - O secretário de Estado, Antony Blinken, disse nesta terça-feira que os EUA teriam profundas preocupações com atividades militares chinesas em Cuba, após o Wall Street Journal publicar que Pequim estava planejando uma nova instalação de treinamento naquele local.
Falando em uma entrevista coletiva em Londres após terminar uma viagem a Pequim nesta semana, Blinken disse que deixou claro a seus correspondentes chineses “que teríamos profundas preocupações com atividades militares ou de inteligência da RPC em Cuba”.
Blinken acrescentou: “Isso é algo que vamos monitorar muito, muito de perto e fomos claros sobre isso. E vamos proteger nossa terra, vamos proteger nossos interesses”.
O Wall Street Journal, citando autoridades atuais e antigas dos EUA, publicou na terça-feira que China e Cuba estão negociando o estabelecimento de uma instalação militar conjunta de treinamento na ilha que pode levar ao posicionamento de tropas chinesas a apenas 160 kms da costa da Flórida.
As discussões pela instalação estão em estágio avançado, mas ainda não foram concluídas, e o governo do presidente Joe Biden entrou em contato com autoridades cubanas para tentar interromper o acordo, segundo o jornal.
O Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca e o governo cubano não responderam aos pedidos por comentários sobre a reportagem em um primeiro momento.
O governo norte-americano disse na semana passada que comunicou suas preocupações a Cuba sobre hospedar operações de espionagem chinesas. A Casa Branca há muito suspeita que a China conduz uma operação de coleta de informações em um vilarejo perto de Havana, na costa norte de Cuba.
A China nega que use Cuba como base de espionagem. Cuba diz que a única incursão militar em seu território é a Base Naval da Baía de Guantánamo, que pertence aos Estados Unidos.
(Reportagem de Sachin Ravikumar, com reportagem adicional de Matt Spetalnick e Dave Sherwood)
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