Dólar tem queda após dados de inflação dos EUA reforçarem visão de pausa do Fed

Publicado em 13/06/2023 09:19 e atualizado em 13/06/2023 10:54

Logotipo Reuters

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar firmava sua queda frente ao real nesta terça-feira, com investidores digerindo importantes dados de inflação dos Estados Unidos, que reforçaram ainda mais a previsão de manutenção dos juros básicos pelo Federal Reserve em sua reunião desta semana.

Às 10:23 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,25%, a 4,8557 reais na venda.

Na B3, às 10:23 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,19%, a 4,8725 reais.

Dados mostraram mais cedo que o índice de preços ao consumidor dos EUA aumentou 0,1% no mês passado com queda dos preços da gasolina, depois de avanço de 0,4% em abril.

Nos 12 meses até maio, o índice subiu 4,0%, menor patamar nessa base de comparação desde março de 2021, ante aumento de 4,9% em abril. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria 0,2% no mês passado e aumentaria 4,1% na comparação anual.

"A probabilidade de o Fed manter os juros entre 5,00% e 5,25% na reunião desta quarta-feira subiu... após a publicação do índice de preços dos Estados Unidos, que apresentou números em conformidade com as expectativas", escreveu Bruna Sene, analista da Nova Futura Investimentos.

Agora, o mercado aponta quase 100% de chance de o Fed deixar a política monetária inalterada na reunião de dois dias que se encerra na tarde de quarta, embora ainda espere nova alta dos juros em julho.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes caía 0,30% nesta manhã.

O dólar tende a ser pressionado globalmente em cenário de estabilidade ou eventual redução dos juros nos EUA, uma vez que uma política monetária menos restritiva tornaria a rentabilidade da maior economia do mundo menos atraente para investidores estrangeiros, que passariam a direcionar seu dinheiro para países de retornos mais altos.

No Brasil, a taxa Selic está atualmente em 13,75%, nível elevado que tem sido apontado como um dos pilares de sustentação do real.

O Banco Central se reunirá na semana que vem para deliberar sobre a política monetária. A expectativa predominante entre os operadores é de manutenção da Selic, mas há grandes chances de a autarquia abrir a porta para afrouxamento dos custos dos empréstimos ainda este ano, dizem especialistas.

"Em um cenário de desaceleração dos núcleos (de inflação) e expectativas caminhando para as respectivas metas, o início deste processo (de afrouxamento) poderia ser antecipado para setembro de 2023 ou até mesmo agosto, dependendo dos dados, um trimestre antes do que esperávamos", disse Eduardo Nishio, chefe de pesquisa da Genial Investimentos, em relatório a clientes.

"É a política monetária contracionista, que foi viabilizada com a autonomia do Banco Central, fazendo efeito."

O dólar à vista fechou a última sessão cotado a 4,8681 reais na venda, com baixa de 0,16%, menor patamar de fechamento em cerca de um ano, desde 6 de junho de 2022, quando encerrou a 4,7959.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário