Dólar à vista cai pela quinta sessão com exterior e expectativa por arcabouço

Publicado em 15/05/2023 17:17

Logotipo Reuters

Por Fabricio de Castro

 

 

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista recuou nesta segunda-feira pela quinta sessão consecutiva ante o real, para o menor nível de fechamento desde junho de 2022, favorecido pelo diferencial de juros entre o Brasil e o exterior e com investidores na expectativa pela divulgação do parecer sobre o novo arcabouço fiscal no Congresso.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8891 reais na venda, com queda de 0,67%. Este é o menor nível da moeda americana desde 7 de junho de 2022, quando encerrou a sessão em 4,8741.

O recuo da moeda norte-americana ante o real esteve em sintonia com o exterior, onde o dólar também cedia ante divisas como o peso mexicano, o dólar australiano e o dólar canadense.

Além disso, profissionais do mercado justificaram a baixa das cotações citando o diferencial de juros entre Brasil e EUA, que favorece os investimentos de estrangeiros. Exportadores também seguiram aproveitando as cotações em níveis ainda elevados para internalizar recursos.

No fim da tarde, o dólar acelerou um pouco as perdas ante o real, em função da expectativa de que o relator do arcabouço na Câmara, deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA), apresente o texto para líderes da Casa na noite desta segunda-feira e, caso haja consenso, divulgue seu parecer à imprensa.

“Nossos juros aqui continuam altos, e o Banco Central já deixou claro que, do jeito que a inflação está, não vai mexer na taxa”, comentou Mário Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora.

“O Brasil continua com um diferencial de juros que atrai o investidor estrangeiro. Além disso, o exportador segue aproveitando para vender a moeda norte-americana, porque existe a expectativa de que o dólar possa cair ainda mais”, acrescentou.

Internamente, a agenda do dia foi esvaziada, o que manteve os investidores na expectativa pela tramitação do novo arcabouço fiscal no Congresso.

No início da tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os detalhes do arcabouço serão acertados em reuniões nesta segunda-feira.

"Esse vai ser um dia de muitas reuniões. Nós vamos ficar reunidos até o fim do dia para acertar os detalhes... Tudo indica que devemos concluir as negociações até o final da noite de hoje", disse Haddad a jornalistas em Brasília.

“O mercado está muito animado com os juros altos e com o arcabouço com algum tipo de enforcement (punições a serem aplicadas caso o governo não cumpra a meta fiscal). O real está subindo por isso”, comentou o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior.

Segundo ele, no atual cenário é factível que o dólar possa cair para níveis ainda mais baixos, para perto dos 4,80 ou 4,70 reais. Mas isso vai depender do andamento do arcabouço no Congresso e do cenário externo.

“4,80 ou 4,70 reais são níveis possíveis para o dólar. Mas enquanto o Index (relação da moeda norte-americana ante uma cesta de seis divisas) estiver acima dos 100, teremos dificuldades para o dólar cair mais aqui”, avaliou Faria Júnior.

Na B3, às 17:13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,68%, a 4,9075 reais.

No exterior, a moeda norte-americana seguia em baixa no fim desta tarde.

Às 17:13 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- caía 0,26%, a 102,420.

Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de julho.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário