Inflação ao consumidor lenta na China e deflação ao produtor testam política econômica
Por Liangping Gao e Kevin Yao
PEQUIM (Reuters) - Os preços ao consumidor na China subiram no ritmo mais lento em mais de dois anos em abril, enquanto a deflação nos portões das fábricas se aprofundou, mostraram dados nesta quinta-feira, sugerindo que mais estímulos podem ser necessários para impulsionar uma recuperação econômica pós-Covid.
O fraco aumento dos preços ao consumidor reforça os sinais dados pelos dados comerciais desta semana, sugerindo que a demanda doméstica continua fraca, enquanto o impulso deflacionário nos preços ao produtor destaca as tensões nas fábricas - um golpe duplo para a segunda maior economia do mundo, que tenta se livrar dos danos causados peça Covid.
O índice de preços ao consumidor subiu 0,1% em abril na comparação anual, a taxa mais baixa desde fevereiro de 2021, e esfriou em relação ao ganho anual de 0,7% observado em março, informou o Escritório Nacional de Estatísticas. O resultado ficou abaixo da expectativa de um aumento de 0,4% em pesquisa da Reuters.
A deflação do produtor também se aprofundou no mês passado, o que, juntamente com os dados dos preços ao consumidor, destaca as dificuldades da economia em geral para se recuperar após o fim das restrições contra a Covid em dezembro.
O índice de preços ao produtor caiu 3,6% em relação ao ano anterior, ritmo mais rápido desde maio de 2020 e sétimo mês consecutivo de queda, após recuo de 2,5% no mês anterior. Isso comparado com uma previsão de queda de 3,2%.
A economia da China cresceu mais rápido do que o esperado no primeiro trimestre graças ao fim das restrições contra a Covid, mas a recuperação foi desigual. Dados recentes mostraram que a atividade industrial contraiu, enquanto a fraqueza persistente no mercado imobiliário continua sendo uma preocupação.
A reabertura provavelmente deu algum impulso à inflação de serviços, mas foi em grande parte compensada pela desaceleração do crescimento dos preços de alimentos e energia, dizem analistas.
Os dados mais recentes podem aumentar a pressão sobre o Banco do Povo da China para cortar os juros ou liberar mais liquidez no sistema financeiro. O banco cortou a taxa de compulsório dos bancos pela primeira vez este ano em março.
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