Ibovespa mostra fraqueza em dia com Fed e balanços; Carrefour desaba 9%
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista mostrava fraqueza nesta quarta-feira, mesmo após o Ibovespa recuar mais de 2% na véspera, enquanto agentes financeiros aguardam o desfecho de reunião de política monetária nos Estados Unidos, em particular as sinalizações sobre os próximos movimentos do Federal Reserve.
Balanços de empresas como Gerdau, Klabin, Iguatemi, Carrefour Brasil, entre outras, conhecidos entre o final da terça-feira e a manhã desta quarta-feira, também ocupam as atenções, enquanto o final do dia reserva decisão do Banco Central brasileiro.
Às 11:24, o Ibovespa caía 0,35 %, a 101.567,3 pontos. O volume financeiro somava 4,5 bilhões de reais.
Segundo economistas do Bradesco, há algum grau de consenso de que o Fed elevará o juro em 0,25 ponto percentual, posicionando a taxa no intervalo entre 5% e 5,25%. "No entanto, persistem incertezas sobre como o Fed comunicará o ajuste e se dará indícios explícitos sobre os próximos passos."
O Fed anuncia sua decisão às 15h (horário de Brasília), com o chair Jerome Powell falando a jornalistas 30 min depois.
Para o Copom, a equipe do Safra ressaltou que a expectativa é de que a Selic permaneça em 13,75% ao ano. "Pergunta é se vão dar sinal ao governo de que um corte pode acontecer mais à frente", acrescentou em comentário a clientes.
DESTAQUES
- KLABIN UNIT avançava 3,44%, a 19,84 reais, após reportar lucro líquido de 1,26 bilhão de reais no primeiro trimestre, alta de 44% sobre o desempenho de um ano antes, apesar de queda no volume vendido do período. O Ebitda ajustado foi de 1,94 bilhão de reais, expansão anual de 13%, acima das expectativas de analistas.
- GERDAU PN caía 1,02%, a 24,18 reais, revertendo a alta da abertura, mesmo após divulgar lucro líquido de 3,2 bilhões de reais no primeiro trimestre, alta de 9,4% sobre o desempenho de um ano antes e maior do que o esperado por analistas. A empresa anunciou ainda pagamento de 892 milhões de reais em dividendos, em uma antecipação do mínimo obrigatório, em 15 de maio.
- CARREFOUR BRASIL ON perdia 9,1%, a 9,49 reais, na esteira de prejuízo líquido de 113 milhões de reais no primeiro trimestre deste ano, revertendo lucro de 370 milhões de reais um ano antes, impactado por elevação nos custos e investimentos para conversão de lojas adquiridas do BIG. A companhia espera que as vendas no segundo semestre sejam "fortes".
- RD ON tinha variação negativa de 1,09%, a 26,31 reais, abandonando o sinal positivo apurado mais cedo. A rede de farmácias registrou um lucro líquido ajustado de 204 milhões de reais no primeiro trimestre deste ano, alta de 40,4% ante mesmo período de 2022 diante de avanço das receitas. A receita bruta da RD de janeiro ao fim de março foi de 8,48 bilhões de reais, aumento de 21,6% ano a ano.
- BRASKEM PNA caía 2,07%, a 18,42 reais, após divulgar dados operacionais do primeiro trimestre, entre eles taxa média de utilização das centrais petroquímica no Brasil de 77%, queda de 9 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2022, mas elevação de 5 pontos percentuais ante o quarto trimestre do ano passado.
- IGUATEMI UNIT subia 0,64%, a 20,38 reais, após lucro líquido de 48,8 milhões de reais no primeiro trimestre deste ano, revertendo prejuízo de 16,4 milhões de reais no mesmo período do ano anterior. A receita líquida cresceu 18,3% ano a ano.
- ISA CTEEP PN avançava 1,17%, a 23,39 reais, tendo como pano de fundo salto de 171,9% no seu lucro líquido no primeiro trimestre e otimismo com as perspectivas de crescimento no setor de transmissão de energia, inclusive com oportunidades de integração energética do Brasil com países vizinhos.
- AREZZO ON caía 2,93%, a 62,06 reais, seguindo a divulgação do desempenho do primeiro trimestre, com lucro líquido recorrente de 73 milhões de reais, alta de 27% ano a ano, mas compressão de margens líquida e Ebitda. A companhia também anunciou programa de recompra de até cerca de 6,23 milhões de ações.
- VALE ON perdia 0,46%, a 69,22 reais. Analistas do Bank of America veem risco de baixa para os preços de minério de ferro em 2024. As negociações da mineradora ocorriam sem o referencial da Dalian Commodity Exchange e da Shanghai Futures Exchange, fechadas de 1 a 3 de maio para o feriado do Dia do Trabalho.
- PETROBRAS PN mostrava declínio de 0,13%, a 22,71 reais, em mais um dia de queda do petróleo no exterior, com o Brent em baixa de 3,58%, a 72,62 dólares o barril. Pietro Mendes, secretário de Petróleo do Ministério de Minas e Energia e presidente do conselho de administração da Petrobras, também disse que o Brasil pode explorar petróleo de forma sustentável na Margem Equatorial.
- ITAÚ UNIBANCO PN cedia 0,08%, a 24,88 reais, e BRADESCO PN recuava 1,2%, a 13,47 reais.
- VIA ON valorizava-se 2,82%, a 1,82 reais, antes da divulgação do balanço dos primeiros três meses do ano na quinta-feira, após o fechamento do mercado. MAGAZINE LUIZA ON, que apresenta seus dados em 15 de maio, mostrava elevação de 3,4%, a 3,35 reais. Analistas do Safra reduziram o preço-alvo de Via de 5,1 para 3 reais por ação e o de Magazine Luiza de 7,3 para 6 reais.
- LOJAS RENNER ON caía 2,68%, a 14,52 reais, antes da divulgação do balanço do primeiro trimestre, previsto para após o fechamento nesta quarta-feira. Analistas do JPMorgan cortaram a recomendação dos papéis para "neutra" e reduziram o preço-alvo de 25 para 16,50 reais, afirmando estar adotando "uma postura mais cautelosa em meio à volatilidade e à visibilidade mais fraca dos resultados".
- IRB BRASIL ON recuava 5,74%, a 32,18 reais, após disparar quase 8,5% no fechamento da véspera, que marcou seu retorno ao Ibovespa.
- MARCOPOLO PN valorizava-se 4,36%, a 3,83 reais. A companhia viu o lucro líquido saltar 141,4% no primeiro trimestre de 2023 em relação ao mesmo período de 2022, para 236,3 milhões de reais, com expansão de 72,5% na receita operacional líquida e aumento de margens. O Ebitda atingiu 292,8 milhões de reais, de 51,3 milhões de reais um ano antes.
- INTELBRAS ON ganhava 5,06%, a 23,47 reais, com o resultado do primeiro trimestre mostrando Ebitda de 143,9 milhões de reais, alta de 37,1% ano a ano, com a margem Ebitda crescendo 1,8 ponto percentual. A receita operacional líquida aumentou 19,7% na comparação anual.
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