Governo anuncia fim da isenção para encomendas internacionais de até US$50
Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O governo anunciou na terça-feira que vai acabar com a isenção de imposto sobre encomendas internacionais de até 50 dólares como parte de um esforço para taxar compras de gigantes varejistas internacionais.
A Receita Federal informou na terça-feira que a isenção nunca se aplicou ao varejo online, mas sim a "para envios de pessoa física para pessoa física, mas vem sendo amplamente utilizado fraudulentamente, para vendas realizadas por empresas estrangeiras".
"Não haverá mais distinção de tratamento nas remessas por pessoas jurídica e físicas (hoje as remessas por pessoas físicas de bens com valor relevantes são absolutamente inexpressivas). Essa distinção só está servindo para fraudes generalizadas nas remessas", disse a Receita em nota. Com isso as encomendas internacionais de até 50 dólares também ficam sujeitas à taxação atual de 60% sobre seu valor.
A medida deve beneficiar varejistas locais como Lojas Renner, Magazine Luiza e Mercado Livre, e é adotada após reclamações do setor sobre concorrência desleal de gigantes asiáticos como AliExpress, do Alibaba Group, Shein e Shopee.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia afirmado que o governo iria em breve adotar medidas tributárias visando aqueles que não pagam impostos como deveriam.
Haddad enfatizou anteriormente que "uma ou duas grandes empresas globais" estão disfarçando suas atividades de varejo eletrônico fazendo-as passar por remessas de pessoa a pessoa para não pagar impostos.
O combate a essa prática deve gerar de 7 bilhões a 8 bilhões de reais em novas receitas para o governo, segundo o ministro.
0 comentário
Câmara altera acordo entre Brasil e China para evitar dupla tributação e evasão fiscal
Milei, da Argentina, atua como substituto de Trump na cúpula do G20 no Rio
Dólar sobe ante real após escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia
Taxas de juros a partir de 2026 caem enquanto mercado espera por pacote fiscal
Estamos prontos para apoiar a Argentina, diz chefe do FMI após reunião com Milei
Ações caem com investidores em busca de segurança em meio a preocupações geopolíticas