Novo vice do BC do Japão sinaliza chance de mudança na política de controle de rendimentos

Publicado em 29/03/2023 08:58

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Por Leika Kihara

TÓQUIO (Reuters) - O vice-presidente do Banco do Japão, Shinichi Uchida, disse nesta quarta-feira que um ajuste na política de controle de rendimento dos títulos do banco central "sem dúvida" se tornará uma opção se as condições econômicas e de preços justificarem a eliminação gradual do estímulo.

Em sua primeira aparição pública desde que assumiu o cargo no início deste mês, Uchida disse que o Banco do Japão pode considerar vários meios ou medidas, incluindo as que não foram tomadas agora, uma vez que aumentam as perspectivas de a inflação atingir sua meta de forma sustentável.

"Se várias condições ocorrerem, algum tipo de mudança no controle da curva de juros pode se tornar necessário. Se as condições se tornarem positivas, (um ajuste) sem dúvida se tornará uma possibilidade", disse Uchida ao Parlamento.

"Não descartaremos nenhuma opção, se considerarmos necessário para a economia do Japão e para alcançar a estabilidade de preços", disse Uchida quando questionado por um parlamentar da oposição se o banco central pode aumentar sua meta de rendimento de longo prazo, mantendo os juros de curto prazo muito baixos.

Uchida disse que a tendência de inflação é "extremamente importante" para julgar se o Japão atingirá de forma sustentável a meta de 2% do banco central.

Em vez de se concentrar em um determinado conjunto de indicadores, no entanto, o banco central analisará de forma abrangente vários dados ao definir a política monetária, acrescentou Uchida.

Uchida é um dos dois vice-presidentes do Banco do Japão. Ele e o outro vice, Ryozo Himino, assumiram seus cargos em 20 de março.

Sob o controle da curva de rendimento, o banco central orienta os juros de curto prazo a -0,1% e o rendimento do título de dez anos em torno de 0% como parte dos esforços para elevar o crescimento e atingir de forma sustentável sua meta de inflação de 2%.

A enorme compra de títulos do Banco do Japão para defender sua meta de rendimento atraiu críticas de analistas e alguns parlamentares por causar disfunções no mercado e distorcer o formato da curva de rendimento.

(Reportagem de Leika Kihara; Reportagem adicional de Tetsushi Kajimoto)

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Fonte:
Reuters

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