Volatilidade bancária diminui à medida que reguladores refinam respostas

Por Sruthi Shankar e Francesco Canepa

(Reuters) - As preocupações imediatas dos investidores com o setor bancário diminuíram nesta terça-feira, elevando os preços das ações, e o chefe de supervisão do Banco Central Europeu afirmou que a recente volatilidade do setor destacou a necessidade de intensificar a inspeção regulatória.

Os bancos europeus .SX7P subiam 1,2%, somando-se ao ganho de 1,4% de segunda-feira, com o UBS em alta de 1,6% depois que seu presidente-executivo disse que o banco suíço vê a aquisição do Credit Suisse, orquestrada pelo governo, como uma oportunidade de crescimento. As ações do Credit Suisse subiam 1,7%.

Enquanto isso, o porto-seguro dólar norte-americano perdia terreno em relação a uma cesta das principais moedas pelo segundo dia consecutivo, e o preço do ouro também caía à medida que os investidores voltavam a investir em ativos mais arriscados.

Importantes reguladores bancários dos Estados Unidos disseram na segunda-feira que planejam dizer ao Congresso que o sistema financeiro geral permanece em uma base sólida após as recentes falências de bancos, mas revisarão suas políticas de forma abrangente em uma tentativa de evitar futuros colapsos.

Formuladores de política monetária, reguladores e bancos centrais têm enfatizado que a turbulência do setor bancário que se seguiu ao colapso deste mês nos EUA do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank não é uma repetição da crise financeira de 2008.

Autoridades regulatórias do Federal Reserve, da FDIC, agência dos EUA que atua nas garantias de depósitos bancários, e do Departamento do Tesouro vão depor perante comitês do Congresso nesta terça-feira.

Na Europa, após uma liquidação das ações do Deutsche Bank na semana passada, o principal supervisor do BCE disse estar preocupado, pois isso mostra que os investidores estavam no limite e poderiam se assustar com as movimentações no mercado de Credit Default Swaps (CDS, uma espécie de seguro contra calotes).

"O que realmente me preocupou foi a quantidade de nervosismo (e) inquietação que percebi no mercado e entre os investidores", disse Andrea Enria em uma conferência em Frankfurt.

"Existem mercados como o mercado de CDS de nome único que são muito opacos, muito superficiais e muito ilíquidos e com alguns milhões (de euros) o medo se espalha para os bancos de trilhões de euros em ativos e contamina os preços das ações e também as saídas de depósitos."

O banco regional dos EUA First Citizens BancShares comprou na segunda-feira os ativos do SVB, em um voto de confiança para o setor bancário que levou a uma alta nas ações do credor.

O colapso do SVB desencadeou o pior abalo bancário desde a crise financeira global, levando as ações dos bancos mundialmente a uma debandada, aumentando os temores de estresse sistêmico e colocando os bancos centrais e reguladores em alerta máximo.

(Reportagem de Balazs Koranyi, Francesco Canepa, Stefano Rebaudo, Sruthi Shankar, Willian Schomberg, Pete Schroeder e Hannah Lang)