Banco Mundial alerta para "década perdida" no crescimento global se não houver mudanças ousadas

Publicado em 27/03/2023 11:12

Logotipo Reuters

Por Andrea Shalal

WASHINGTON (Reuters) - O crescimento econômico global médio potencial cairá para uma mínima de três décadas de 2,2% entre 2022 e 2030, dando início a uma "década perdida" para a economia mundial, a menos que as autoridades adotem iniciativas ambiciosas para aumentar a oferta de trabalho, a produtividade e o investimento, alertou o Banco Mundial nesta segunda-feira.

O fracasso em reverter a esperada desaceleração generalizada no crescimento potencial do Produto Interno Bruto (PIB) terá profundas implicações para a capacidade do mundo de enfrentar a mudança climática e reduzir a pobreza, afirmou em um novo relatório.

Mas esforços concentrados para aumentar o investimento em setores sustentáveis, cortar custos comerciais, alavancar o crescimento em serviços e expandir a participação da força de trabalho podem impulsionar o crescimento potencial do PIB em até 0,7 ponto percentual, para 2,9%, disse o relatório.

"Uma década perdida pode estar se formando para a economia global", disse o economista-chefe do Banco Mundial, Indermit Gill, acrescentando que políticas que incentivam o trabalho, aumentam a produtividade e aceleram o investimento podem reverter a tendência.

A taxa média de crescimento do PIB é uma espécie de "limite de velocidade" para a economia global, traçando a taxa máxima de longo prazo na qual ela pode crescer sem provocar inflação excessiva.

O relatório disse que as crises sobrepostas dos últimos anos, incluindo a pandemia de Covid-19 e a invasão da Ucrânia pela Rússia, encerraram quase três décadas de crescimento econômico sustentado, aumentando as preocupações com a desaceleração da produtividade, essencial para o crescimento da renda e maior remunerações.

Como resultado, o crescimento potencial médio do PIB deve cair para 2,2% em 2022-2030, abaixo dos 2,6% em 2011-21 e quase um terço abaixo da taxa de 3,5% observada em 2000-2010.

O baixo investimento também diminuirá o crescimento nas economias em desenvolvimento, com a expansão média do PIB caindo para 4% no restante da década de 2020, de 5% em 2011-2021 e 6% em 2000-2010.

O aumento da produtividade e da renda e a queda da inflação ajudaram um em cada quatro países em desenvolvimento a alcançar o status de alta renda nas últimas três décadas, mas essas forças econômicas agora estão recuando, disse o relatório.

Ele disse que a produtividade provavelmente crescerá em seu ritmo mais lento desde 2000, o crescimento do investimento em 2022-2024 será metade da taxa observada nos últimos 20 anos e o comércio internacional está crescendo a um ritmo muito mais fraco.

Para mudar a trajetória e atrair mais investimentos, as autoridades devem priorizar o controle da inflação, garantindo a estabilidade do setor financeiro e reduzindo a dívida.

O aumento do investimento favorável ao clima em transporte e energia, agricultura e manufatura inteligentes para o clima e sistemas de terra e água podem impulsionar o crescimento potencial em até 0,3 ponto percentual ao ano, completou.

A redução dos custos associados ao transporte, logística e regulamentações pode impulsionar o comércio, disse, pedindo mudanças para remover o atual viés em relação a produtos intensivos em carbono inerentes às tabelas tarifárias de muitos países e eliminar as restrições ao acesso a bens e serviços ecologicamente corretos.

O aumento das exportações de serviços digitais pode resultar em grandes ganhos de produtividade, enquanto o aumento das taxas de participação na força de trabalho para mulheres e outros pode aumentar as taxas de crescimento potencial global em até 0,2 ponto percentual ao ano até 2030.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário