Maior greve em décadas paralisa Alemanha
Por Klaus Lauer e Ilona Wissenbach
BERLIM/FRANKFURT (Reuters) - Aeroportos e estações de ônibus e trens em toda a Alemanha ficaram sem operações nesta segunda-feira, causando transtornos para milhões de passageiros atingidos por uma das maiores paralisações de trabalhadores em décadas.
As greves de 24 horas convocadas pelo sindicato Verdi e pelo sindicato ferroviário e de transportes EVG são as mais recentes em meses de paralisações que estão atingindo as principais economias europeias pressionadas pela inflação.
Os terminais ficaram praticamente desertos depois que aeroportos, incluindo dois dos maiores da Alemanha em Munique e Frankfurt, suspenderam voos, enquanto os serviços ferroviários foram cancelados pela operadora Deutsche Bahn. Trabalhadores em greve vestindo jaquetas amarelas ou vermelhas tocaram buzinas, sirenes e apitos, ergueram faixas e agitaram bandeiras durante os protestos.
A Associação de Aeroportos ADV estimou que 380 mil passageiros de companhias aéreas foram afetados. Somente em Frankfurt, quase 1.200 voos para 160 mil passageiros foram cancelados e os viajantes tiveram que dormir em bancos. Em Colônia, a falta de trens urbanos provocou uma corrida aos táxis.
Os trabalhadores pressionam por aumentos salariais para atenuar os efeitos da inflação, que chegou a 9,3% em fevereiro. A Alemanha, que dependia fortemente da Rússia para obter gás antes da guerra na Ucrânia, foi particularmente atingida pelos preços mais altos, com taxas de inflação superiores à média da zona do euro nos últimos meses.
Pressões persistentes de custos levaram os bancos centrais a uma série de aumentos nas taxas de juros, embora os formuladores de políticas monetárias tenham dito que é muito cedo para falar de uma espiral de preços e salários.
Um porta-voz do governo alemão disse nesta segunda-feira que a política deve ficar fora das negociações salariais, enquanto a ministra do Interior, Nancy Faeser, expressou confiança de que uma solução será encontrada esta semana.
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