IPCA-15 desacelera alta em março a 0,69%, mas combustíveis pesam

Publicado em 24/03/2023 09:40

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SÃO PAULO (Reuters) - A alta do IPCA-15 registrou desaceleração em março e o índice se aproxima dos 5% em 12 meses, mas com a pressão exercida pela gasolina ainda compensando o aumento mais fraco dos preços de alimentos.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou alta em março de 0,69%, depois de ter subido 0,76% em fevereiro, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

A desaceleração do índice considerado prévia da inflação oficial, medida pelo IPCA, vem na esteira de avaliação do Banco Central de que expectativas de inflação desancoradas demandam maior atenção na condução da política monetária.

Com o alívio no avanço do índice, o IPCA-15 acumula em 12 meses até março alta de 5,36%, de 5,63% em fevereiro. A meta para a inflação este ano é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.

As expectativas em pesquisa da Reuters eram de altas de 0,65% no mês e de 5,30% em 12 meses.

Em março, oito dos nove grupos pesquisados apresentaram alta, com destaque para Transportes, responsável pela maior variação e o maior impacto no índice.

Os custos desse grupo subiram 1,50% em março, após variação positiva de 0,08% em fevereiro, diante do aumento de 5,76% nos preços da gasolina, subitem com maior impacto individual no índice do mês. O etanol também pressionou ao avançar 1,96%, de queda de 1,65% no mês anterior.

Por outro lado, Alimentação e bebidas subiu 0,20%, depois de alta de 0,39% em fevereiro. O movimento se deveu principalmente às quedas nos preços de produtos como batata-inglesa (-13,14%), tomate (-6,34%), cebola (-12,13%) e óleo de soja (-2,47%).

O único grupo a apresentar queda em março foi Artigos de residência, de 0,18%, com redução de 1,81% dos itens de TV, som e informática.

O Banco Central decidiu nesta semana manter a taxa Selic em 13,75% e não indicou um eventual afrouxamento à frente, o que voltou a irritar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O BC disse que irá "perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas".

A expectativa no mercado é de que a inflação deve permanecer elevada à frente, ainda que desacelerando de forma gradual.

A pesquisa Focus mais recente realizada pelo Banco Central junto ao mercado mostra que a expectativa é de que o IPCA encerre este ano com alta acumulada de 5,95%, indo a 4,11% em 2024.

Já o BC voltou a piorar suas projeções para os preços --em seu cenário de referência, as estimativas para a inflação estão em 5,8% para 2023 (contra 5,6% na reunião anterior) e 3,6% em 2024 (ante 3,4%).

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Fonte:
Reuters

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