Ibovespa perde fôlego com piora de Petrobras; EDP Brasil dispara
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa perdia o fôlego nesta quinta-feira, conforme as ações da Petrobras ampliaram as perdas, um dia após divulgação de balanço e anúncio de dividendos, em meio a incertezas sobre a estratégia da companhia nos próximos anos.
Na pauta macroeconômica, o IBGE divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil encolheu 0,2% no quarto trimestre de 2022 sobre o trimestre imediatamente anterior, embora tenha acumulado no ano uma alta de 2,9%.
Às 11:57, o Ibovespa caía 0,25%, a 104.124,89 pontos. Mais cedo, na máxima, subiu a 104.912,41 pontos. No pior momento, marcou 103.706,68 pontos. O volume financeiro somava 7,4 bilhões de reais.
Nos Estados Unidos, o S&P 500 e o Nasdaq trabalhavam em território negativo, o que também enfraquecia o pregão brasileiro, conforme seguem os ajustes para um cenário de juros mais altos por um período mais longo nos Estados Unidos.
"A expectativa de um aperto monetário mais intenso pelo Fed traz cautela", afirmou o Departamento de Economia do Bradesco em nota a clientes nesta quinta-feira, referindo-se ao Federal Reserve, o banco central norte-americano.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN recuava 2,45%, a 24,68 reais. A companhia registrou lucro líquido de 43,34 bilhões de reais no quarto trimestre, alta de 37,6% ante o mesmo período do ano anterior e acima do esperado por analistas. Também aprovou dividendos de 35,8 bilhões de reais, mas sugeriu que os acionistas avaliem a criação de uma Reserva Estatutária para reter até 6,5 bilhões de reais do resultado do exercício social de 2022. Para analistas do JPMorgan, isso adiciona ruído ao que parecia um resultado muito positivo para os dividendos. Investidores acompanhavam nesta manhã declarações de executivos da estatal.
- EDP BRASIL ON disparava 16,4%, a 22,85 reais, após o grupo português de energia EDP anunciar mais cedo um plano para fechar capital da subsidiária brasileira, oferecendo 24,00 reais por ação, equivalente a um prêmio de 22,26% sobre o preço de fechamento do papel na véspera. Na máxima até o momento, a ação chegou a 23,42 reais.
- PRIO ON subia 5,27%, a 35,14 reais, em meio a ajustes após perdas relevantes nos últimos pregões e após divulgar lucro líquido de 189,8 milhões de dólares no quarto trimestre, alta de 19% ano a ano. A empresa também informou que registrou produção inicial estabilizada em seu novo poço MUP5, no campo de Frade, de aproximadamente 8 mil barris de óleo por dia, volume superior às suas previsões iniciais.
- MARFRIG ON cedia 0,15%, a 6,56 reais, afastando-se da mínima da sessão, quando reagiu ao balanço da maior produtora global de hambúrgueres, que mostrou prejuízo líquido de 628 milhões de reais no quarto trimestre de 2022, contra lucro de 650 milhões um ano antes, pressionado pelo desempenho negativo na operação América do Norte da empresa. BRF ON, que tem a Marfrig como sua maior acionistas, ganhava 3,24%.
- AMBEV ON caía 2,52%, a 13,13 reais, mesmo após a maior cervejaria da América Latina reportar lucro líquido de cerca de 5 bilhões de reais no quarto trimestre de 2022, alta de 35,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior, impulsionado por crescimento de volumes vendidos no Brasil enquanto em outras regiões a empresa amargou recuo. A Ambev também projetou alta menor de custos em 2023.
- VALE ON reverteu a alta e perdia 0,47%, a 88,78 reais. Os contratos futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian avançaram nesta quinta-feira, à medida que o sentimento do mercado melhorou após a remoção das restrições de produção nas principais cidades siderúrgicas e com dados de fabricação melhores do que o esperado da China.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)
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