China aumenta ambição com meta de crescimento para 2023 e pode almejar até 6%, dizem fontes
Por Kevin Yao
PEQUIM (Reuters) - A China está ficando cada vez mais ambiciosa com sua meta de crescimento para 2023, podendo deixá-la em 6%, em uma tentativa de aumentar a confiança dos investidores e consumidores e aproveitar uma promissora recuperação pós-pandemia, disseram fontes envolvidas nas discussões.
Quatro das fontes disseram que a China deve visar um crescimento de até 6%, enquanto outras três disseram que o país visa uma margem entre 5% e 5,5%. Todas as fontes falaram sob condição de anonimato, pois as discussões foram realizadas de forma privada.
No total, esses números apontam para um aumento do otimismo nos círculos políticos chineses em comparação com novembro, quando assessores do governo recomendaram metas mais modestas, variando de 4,5% a 5,5%.
As recomendações anteriores foram feitas semanas antes de a China suspender as mais severas restrições à Covid-19 do mundo. Dados recentes mostraram que a economia está se recuperando do choque pandêmico em um ritmo melhor do que o esperado.
A meta final de crescimento, que pode ser um intervalo, será anunciada em 5 de março, no início da reunião legislativa anual da China.
"A meta de crescimento deste ano pode ser de 5% a 6%", disse uma das pessoas envolvidas nas discussões. "Precisamos alcançar uma recuperação econômica, aumentar o emprego e a confiança. Esses são os principais fatores que precisamos considerar."
O governo também deve divulgar mais estímulos durante o Congresso Nacional do Povo deste mês, para mitigar o impacto da fraqueza do mercado imobiliário e da queda na demanda global por suas exportações, disseram quatro das fontes.
A economia da China cresceu 3% em 2022 em relação ao ano anterior, ficando muito abaixo da meta oficial de cerca de 5,5%, já que a pandemia da Covid-19, o estresse do mercado imobiliário e a desaceleração da demanda global tiveram um grande impacto. Excluindo 2020, quando a pandemia começou, foi o pior desempenho desde 1976, o último ano da Revolução Cultural de uma década de Mao Zedong que destruiu a economia.
(Reportagem de Kevin Yao)
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