Ibovespa recua em sessão com noticiário corporativo intenso e governo no radar; Hapvida desaba
O Ibovespa recuava nesta quarta-feira, com Hapvida despencando mais de 20% após resultado trimestral mais fraco do que o esperado, enquanto agentes financeiros continuam avaliando as últimas decisões do governo federal, em meio a uma bateria de notícias corporativas.
Às 11h33, o Ibovespa caía 0,44%, a 104.469,18 pontos, tendo já oscilado entre a mínima de 104.198,56 pontos e a máxima de 105.497,01 pontos. O volume financeiro somava 6,4 bilhões de reais.
"O cenário nacional e internacional indicam que o Ibovespa deve seguir negociando em linha com seu nível atual", avaliam estrategistas do BTG Pactual, que afirmaram estar difícil encontrar compradores marginais para as ações brasileiras, mesmo com "valuations" atraentes, após a correção de baixa de fevereiro.
"Os fundos de ações locais ainda estão sofrendo resgates - é difícil competir com as taxas de juros atuais - e os investidores estrangeiros estão sendo atraídos pelas - também -altas taxas dos EUA e pelas perspectivas de um dólar mais forte", escreveram Carlos Sequeira e equipe em nota a clientes.
No exterior, a atividade manufatureira da Chinsurpreendeueu com crescimento em fevereiro no ritmo mais rápido em mais de uma década, o que favorece commodities, mas Wall Street abria com viés negativo, com o sentimento de investidores mais uma vez afetado pela alta nos rendimentos dos Treasuries.
DESTAQUES
- HAPVIDA ON desabava 25,39%, a 3,35 reais, renovando mínimas históricas, após reportar queda de 56,1% no lucro líquido ajustado do quarto trimestre. "Não há muito o que comemorar", afirmaram analistas do Citi. "É verdade que as expectativas já eram baixas, mas os números ficaram abaixo de nossas estimativas abaixo do consenso, o que não é um bom presságio para a visibilidade daqui para frente e pode levar a outro ciclo de revisões para baixo (nas expectativas)".
- BRF ON disparava 8,77%, a 6,7 reais, após uma abertura volátil, com o foco voltado para o plano da companhia de vender até 4 bilhões de reais em ativos não essenciais este ano. A notícia ofuscava o prejuízo de 601 milhões de reais nos últimos três meses de 2022, acima do previsto por analistas, no quarto trimestre consecutivo de perda da empresa, que é a maior exportadora de frango do Brasil. De acordo com analistas do Bradesco, a alta alavancagem financeira da BRF tem sido a principal preocupação dos investidores e o plano sobre desinvetimentos corrobora expectativa de redução no risco do balanço. Na mínima, mais cedo, a ação chegou a 6,05 reais. MARFRIG ON, principal acionista da BRF, ganhava 6,91%.
- 3R PETROLEUM ON despencava 8,35%, a 33,37 reais, e PRIO ON caía 4,66%, 32,13 reais, ainda afetadas pelo anúncio da véspera sobre uma taxação das exportações de petróleo por um prazo de quatro meses, a fim de recuperar arrecadação federal neste ano. Na véspera, os papéis fecharam com quedas de ao redor de 7% e 9%, respectivamente, ampliando as perdas no final do pregão quando a medida foi anunciada.
- PETROBRAS PN recuava 2,06%, a 24,72 reais, antes da divulgação do balanço do quarto trimestre após o fechamento do mercado, com agentes financeiros na expectativa principalmente de decisões da estatal sobre dividendos. Os papéis também eram afetados pela decisão de tributar a exportação de petróleo, assim como percepção de aumento nos riscos envolvendo a tese de investimento nas ações da petrolífera, principalmente após a empresa cortar os preços da gasolina e do diesel em meio a negociações com o governo para compensar parte dos efeitos na inflação com a reoneração de tributos federais nos combustíveis. O governo também pediu à companhia a suspensão de venda de ativos por 90 dias.
- VALE ON avançava 3,66%, a 88,44 reais, em sessão positiva para ações de mineração e siderurgia. Os contratos futuros de minério de ferro subiram cerca de 2% nesta quarta-feira, com dados de atividade manufatureira da China melhores do que o esperado aumentando as esperanças de uma recuperação da demanda no maior produtor de aço do mundo. No setor, GERDAU PN tinha elevação de 1,85%, a 29,16 reais, mesmo após queda de 61,7% no lucro líquido ajustado no quarto trimestre do ano passado. A empresa anunciou dividendos e bonificações em ações aos acionistas.
- BANCO DO BRASIL ON recuava 3,6%, a 38,85 reais, respondendo pelo pior desempenho entre os grandes bancos de varejo no Ibovespa, em meio a preocupações com riscos regulatórios, além de perspectivas sobre deterioração na qualidade dos ativos no setor, com alta de inadimplência em meio a uma economia mais fraca. Analistas do Bradesco BBI cortaram a recomendação de BB e Itaú Unibanco pata "neutra", bem como a de Santander Brasil para "underperform", além de reduzirem os respectivos preços-alvos. ITAÚ UNIBANCO PN caía 2,42% e SANTANDER BRASIL UNIT perdia 1,73%, enquanto BRADESCO PN declinava 1,76%.
- IGUATEMI UNIT perdia 3,78%, a 18,6 reais, mesmo após reportar lucro líquido ajustado de 122,9 milhões de reais, acima das previsões, enquanto projetou um crescimento de receita com segmento de shoppings de 13% a 18% neste ano. "A Iguatemi reportou bons resultados, apresentando mais uma vez resultados operacionais e financeiros positivos", afirmaram analistas do Credit Suisse.
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