Ibovespa fecha próximo à estabilidade com reoneração de combustíveis sob holofotes
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou quase estável nesta segunda-feira, com o declínio de bancos contrabalançando o avanço de Petrobras, em pregão que teve as atenções voltadas para decisão envolvendo a reoneração de combustíveis.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou com variação negativa de 0,08%, a 105.711,05 pontos. O volume financeiro somou 17,6 bilhões de reais.
O Ibovespa tocou a máxima do dia de 106.402,11 pontos após o Ministério da Fazenda informar que o governo vai retomar a cobrança de impostos federais sobre combustíveis nesta semana diante do final do prazo da desoneração para gasolina e etanol.
"A reoneração tem um viés positivo por indicar o cumprimento do plano fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no início do ano", afirmou o analista Luis Novaes, da Terra Investimentos.
"A estabilidade fiscal é uma grande preocupação do mercado e o plano fiscal é uma das garantias enquanto as discussões sobre nova regra fiscal e reforma tributária estão em estágios iniciais", acrescentou.
De acordo com a Fazenda, Haddad e membros de sua equipe ainda terão reuniões finais sobre o tema com Petrobras e Palácio do Planalto. Mas o ministro pode apresentar os detalhes da medida ainda nesta segunda-feira.
"O Ibovespa segue se ajustando às incertezas atuais das expectativas de inflação e equilíbrio fiscal", disse o analista Leandro De Checchi, da Clear Corretora, afirmando que o mercado deve continuar atento à questão da reoneração dos combustíveis.
Pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira mostrou novo ajuste para cima nas previsões para o IPCA de 2023 - de 5,89% para 5,90%, a 11ª elevação consecutiva dos prognósticos de alta dos preços do Brasil para este ano.
De Checchi também destacou o foco de investidores nos resultados corporativos que estão sendo divulgados, com a pauta do dia incluindo os números de GPA após o fechamento.
No exterior, Wall Street experimentou uma trégua no viés negativo, com o S&P 500 fechando em alta de 0,31%, embora persistam os ajustes em apostas acerca do ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos, em um cenário de inflação resiliente.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN subiu 0,69%, a 26,15 reais, e PETROBRAS ON ganhou 1,66%, a 30,07 reais, com expectativas referentes ao resultado da petrolífera, previsto para a quarta-feira, ofuscando receios sobre uma eventual modificação na política de preços da estatal.
- SÃO MARTINHO ON avançou 5,12%, a 27,29 reais, em meio a expectativas atreladas à reoneração dos combustíveis. Assim como antes da isenção, os combustíveis fósseis terão uma cobrança superior aos biocombustíveis. RAÍZEN PN valorizou-se 5,19%.
- BRADESCO PN caiu 0,98%, a 13,17 reais, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN fechou com variação negativa de 1,29%, a 25,34 reais. Dados do Banco Central mostraram queda nas concessões de empréstimos em janeiro, enquanto a inadimplência subiu.
- VALE ON encerrou estável, a 85,04 reais, mesmo com a queda dos contratos futuros de minério de ferro na China e em Cingapura. A companhia estimou nesta segunda-feira um salto na produção de aglomerados de alta qualidade de minério de ferro até 2026, em busca de capturar maiores prêmios.
- ALPARGATAS PN valorizou-se 2,75%, a 9,7 reais, após atingir no último pregão uma mínima de fechamento desde setembro de 2018. Apenas neste ano, a ação já acumula queda ao redor de 35,7%. No setor de vestuário e calçados, LOJAS RENNER ON subiu 1%, enquanto GRUPO SOMA ON subiu 0,33%.
- MAGAZINE LUIZA ON avançou 1,11%, a 3,65 reais. A varejista também aprovou novo programa de recompra envolvendo até 40 milhões de ações, equivalente a 1,39% do total em circulação.
- CVC BRASIL ON caiu 4,12%, a 3,26 reais, atingindo uma mínima histórica de fechamento, em pregão negativo para o setor de viagens, com AZUL PN declinando 2,89% e GOL PN encerrando em baixa de 1,06%. Além de fatores próprios a cada companhia, a reoneração dos combustíveis corrobora a perspectiva de alta nos custos de transportes.
- HAPVIDA ON recuou 4,21%, a 4,55 reais, na quinta queda consecutiva, antes da divulgação do balanço prevista para a terça-feira, após o fechamento do mercado. No setor, QUALICORP ON cedeu 3,67% e REDE D'OR ON perdeu 1,34%.
- ALLIAR ON <AALR3.SA>, que não está no Ibovespa, caiu 8,08%, a 20,49 reais, após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) negar pedido de mais prazo para a oferta pública de aquisição de ações (OPA) pelo controlador da companhia de medicina diagnóstica. De acordo com a empresa, o controlador reapresentará o pedido para a OPA.
- IRB BRASIL ON, que também deixou de fazer parte do Ibovespa, perdeu 8,72%, a 19,48 reais, após adiar a divulgação do resultado do quarto trimestre para 8 de março. Os números estavam previstos para esta segunda-feira, após o fechamento do mercado.
(Por Paula Arend Laier)
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