Ibovespa avança com apoio externo e suporte de blue chips
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa firmava-se em terreno positivo nesta quinta-feira, voltando ao patamar dos 108 mil pontos e apoiado por um cenário mais favorável a ativos de risco no exterior, com Petrobras e Itaú Unibanco entre os principais suportes.
Às 11:05, o Ibovespa subia 0,9%, a 108.119,90 pontos. O volume financeiro somava 2,7 bilhões de reais.
A tentativa de recuperação ocorre após o Ibovespa fechar em baixa de 1,85% na véspera, a 107.152,05 pontos, renovando mínima desde a primeira semana do ano, pressionado por preocupações com os próximos movimentos de política monetária do banco central norte-americano.
Em Wall Street, os futuros acionários apontavam uma abertura positiva em Nova York após perdas recentes, embalados pela recepção positiva a previsões de vendas da Nvidia, mas com certa cautela diante da chance de juros terminais mais elevados nos EUA e manutenção de taxas mais altas por mais tempo.
Dados divulgados nesta manhã mostraram que os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA caíram para 192 mil, contra previsão no mercado de 200 mil solicitações. A expansão do PIB norte-americano no quarto trimestre de 2022, por sua vez, foi revisada de 2,9% para 2,7%.
No Brasil, a equipe da corretora Rico destacou que os investidores seguem à espera de anúncios sobre detalhes dos programas sociais como o novo Bolsa Família, o Desenrola, o reajuste do salário-mínimo e o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda, segundo nota a clientes.
DESTAQUES
– PETROBRAS PN avançava 1,24%, a 26,08 reais, favorecida pela alta dos preços do petróleo no exterior, com o Brent subindo 1,08%, a 81,47 dólares o barril.
– ITAÚ UNIBANCO PN tinha elevação de 2,12%, a 26,94 reais, enquanto BRADESCO PN tinha variação negativa de 0,65%, a 13,89 reais.
– VALE ON ganhava 0,5%, a 87,8 reais, em dia de variações modestas dos futuros do minério de ferro na Ásia. O contrato mais ativo na Dalian Commodity Exchange (DCE) caiu 0,5%, para 908,50 iuanes (131,90 dólares) a tonelada. Na Bolsa de Cingapura, o contrato de referência subiu 0,5%, a 130,70 dólares a tonelada.
– NATURA&CO ON avançava 3,89%, a 15,48 reais, ampliando a recuperação em 2023, com a alta alcançando 33,3% até o momento, após um tombo de 54% no ano passado. No setor de consumo/comércio, MAGAZINE LUIZA ON mostrava acréscimo de 3,13%, a 3,63 reais.
– HAPVIDA ON recuava 1,82%, a 4,85 reais, dando continuidade a ajustes após alta de cerca de 12% na semana passada. A companhia reporta seu desempenho trimestral no dia 28 de fevereiro, após o fechamento do mercado.
– MINERVA ON subia 2,63%, a 11,7 reais, revertendo a fraqueza da abertura após fechar na véspera em baixa de 7,9%. A empresa afirmou nesta quinta-feira que seguirá atendendo a demanda chinesa de carne bovina por meio de quatro unidades de abate, sendo três no Uruguai e uma na Argentina, após um “autoembargo” do Brasil devido a um caso de “mal da vaca louca” no Pará. A Minerva também divulga balanço após o fechamento da bolsa. No setor, MARFRIG ON ganhava 0,32% e JBS ON valorizava-se 1,84%, ambas se afastando das mínimas registradas nos primeiros negócios.
– SANTOS BRASIL ON, que não está no Ibovespa, cedia 0,94%, a 8,42 reais, após disparar mais de 8% na véspera em meio a especulações envolvendo uma possível negociação envolvendo ações da companhia. Em fato relevante nesta quinta-feira, a Santos Brasil disse que consultou acionistas relevantes sobre o tema. O Opportunity disse que “foi, por diversas vezes, e segue sendo, com frequência, procurado por interessados em adquirir ações da SBPar”. Mas acrescentou que “não há, no entanto, até este momento, qualquer documento, sequer preliminar, assinado pelo Opportunity de venda de ações da SBPar com qualquer potencial comprador”.
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