BTG Pactual sai "impressionado" de encontro com presidente do IRB, mas segue "neutro"
SÃO PAULO (Reuters) - Analistas do BTG Pactual reuniram-se com o presidente-executivo do IRB Brasil e afirmaram ter saído do encontro "impressionados com o que ouviram", mas reiteraram recomendação "neutra" para a ação, citando que a visibilidade dos resultados do curto prazo é ruim, mesmo para quem está dentro da empresa.
"Foi um grande encontro, e um sinal positivo de que o IRB está em boas mãos", afirmaram Eduardo Rosman e equipe em relatório enviado a clientes no final da quarta-feira, sem especificar a data do encontro com Marcos Falcão, que assumiu o comando da empresa de resseguros em novembro do ano passado.
Eles avaliaram que o IRB pode se tornar "investível" novamente, mas que continua sendo uma tese de ação muito difícil e que é necessário esperar alguns meses para ter uma visão mais clara. "Construir a 'ponte' para atravessar esse rio 'selvagem' e voltar à lucratividade é a chave para o case de investimento."
Para a equipe do BTG, se o IRB apresentar resultados fracos nos próximos meses, outro aumento de capital pode ser necessário no início deste ano, pois a solvência/capital está apertada. "Mas se passarem pelos próximos 6 meses sem grandes arranhões, veremos a luz no fim do túnel ficando mais brilhante."
O BTG tem preço-alvo de 27 reais para a ação do IRB.
De acordo com o relato dos analistas, Falcão está convencido de que o IRB - líder em resseguros do Brasil - tem uma equipe bem acima da média e está empenhado em aprimorar aspectos culturais e metas internas.
"Uma reviravolta nunca é fácil e ele disse que será um trabalho em andamento. O processo de subscrição e a eficiência de custos ainda precisam melhorar. É difícil prever os resultados do curto prazo e, portanto, ele não estava disposto a fornecer nenhum guidance."
Mas, de acordo com Rosman e equipe, o principal objetivo do executivo é tornar o IRB um ativo investível novamente.
Falcão assumiu após a renúncia de Raphael de Carvalho, ao final de um ano marcado por grandes sinistros no setor, o que provocou uma tendência de alta nos preços do resseguro.
"Ele disse que o foco principal do turnaround do IRB é mais eficiência operacional, com um melhor processo de subscrição. A nova administração quer alinhar o perfil do IRB ao de um banco de investimentos, com subscrição mais rígida/disciplinada", afirmam os analistas.
Para o executivo, segundo o relatório, a estratégia de recuperação do IRB decorre de disciplina financeira, comprometimento das pessoas, foco, clareza de objetivos e austeridade.
Conforme a equipe do BTG, não há sinal de aumento de capital no curto prazo. "Seria ótimo ter mais capital para crescer, mas agora, na avaliação atual, só vemos um aumento de capital se não houver saída - ou seja, se os resultados do curto prazo piorarem muito, o que não é o cenário base."
Mas, de acordo com o relato, se o IRB seguir seu plano e a avaliação melhorar, pode fazer sentido levantar capital para crescer. O IRB levantou 1,2 bilhão de reais em setembro para cumprir critérios regulatórios, após vários prejuízos mensais, atingido por efeitos climáticos que levaram a quebras de safra.
Na tarde desta quinta-feira, as ações do IRB Brasil caíam 1,58%, a 24,9 reais cada, com o desempenho em 2023 negativo em 3,4%. No ano passado, os papéis acumularam um tombo de 78,6%.
A companhia divulga seu resultado do quarto trimestre de 2023 em 27 de fevereiro.
(Por Paula Arend Laier)
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