Chineses correm para renovar passaporte com fim das restrições por Covid
Por Yew Lun Tian e Eduardo Baptista
PEQUIM (Reuters) - Pessoas formaram longas filas do lado de fora dos escritórios de imigração em Pequim nesta segunda-feira, ansiosas para renovar seus passaportes depois que a China retirou os controles de fronteira devido à Covid, que impediram seus 1,4 bilhão de residentes de viajar por três anos.
A reabertura no domingo é uma das últimas etapas da eliminação pela China de seu regime de "Covid zero", iniciada no mês passado após uma onda de protestos históricos contra as restrições que controlaram o vírus, mas causaram ampla frustração entre a população.
Aguardando para renovar seu passaporte em uma fila de mais de 100 pessoas na capital da China, o aposentado Yang Jianguo, de 67 anos, disse à Reuters que planeja viajar aos Estados Unidos para ver sua filha pela primeira vez em três anos.
"Ela se casou no ano passado, mas teve que adiar a cerimônia de casamento porque não pudemos ir. Estamos muito felizes por podermos ir agora", disse Yang, ao lado de sua esposa.
A moeda e os mercados acionários da China se fortaleceram nesta segunda-feira, com a aposta de investidores de que a reabertura pode ajudar a revigorar uma economia de 17 trilhões de dólares que enfrenta seu menor crescimento em quase meio século.
A decisão de Pequim de eliminar as exigências de quarentena aos visitantes deve impulsionar as viagens para fora do país, já que os residentes não enfrentarão tais restrições quando retornarem.
Mas os voos estão escassos e vários países estão exigindo testes negativos de visitantes que vieram da China, na tentativa de conter um surto que está sobrecarregando muitos hospitais e crematórios chineses. A China também exige dos viajantes testes negativos de Covid antes do embarque.
As principais autoridades de saúde da China e a mídia estatal têm dito repetidamente que as infecções por coronavírus estão atingindo o pico em todo o país e minimizado a ameaça agora representada pela doença.
"A vida está avançando novamente!", escreveu o jornal oficial do Partido Comunista, o People's Daily, em um editorial no domingo que elogia as políticas do governo contra o vírus, afirmando ter passado de "prevenir infecções" para "prevenir doenças graves".
"Hoje, o vírus está fraco, nós estamos mais fortes."
Oficialmente, a China registrou apenas 5.272 mortes relacionadas à Covid em 8 de janeiro, uma das taxas de morte por infecção mais baixas no mundo.
Mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que a China está subnotificando a escala do surto e especialistas internacionais em vírus estimam que mais de um milhão de pessoas no país podem morrer da doença neste ano.
"É um grande alívio poder voltar ao normal... voltar para a China, sair do avião, pegar um táxi e ir para casa", disse o revisor Michael Harrold, de 61 anos, à Reuters no Aeroporto Internacional de Pequim no domingo, após chegar de um voo de Varsóvia.
Harrold disse que quando viajou à Europa para as férias de Natal no início de dezembro, esperava ter que ficar em quarentena e fazer vários testes em seu retorno.
(Reportagem de Yew Lun Tian, Liz Lee, Josh Arslan, Eduardo Baptista e Sophie Yu em Pequim; Ben Blanchard em Taipé)
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