Guerra na Ucrânia continuará afetando a economia global em 2023

Publicado em 20/12/2022 16:38
A Guerra da Ucrânia está gerando impactos econômicos globais, incluindo no comércio exterior do Brasil, e pode levar a aumento no preço de produtos básicos

A Guerra da Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022, tem afetado significativamente a economia de todo o mundo, incluindo o comércio exterior do Brasil. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o conflito deverá custar à economia global US$ 2,8 trilhões em produção perdida até o fim de 2023. As projeções de crescimento econômico também foram revisadas para baixo, passando de 4,5% em 2022 e 3,2% em 2023 para 3% neste ano e 2,2% no próximo.

Segundo Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, ainda poderemos ter o impacto do conflito militar da Ucrânia em 2023. “Além dos impactos imediatos, o conflito na Ucrânia também pode afetar o comércio internacional no futuro. O aumento das tensões entre a Rússia e os países ocidentais pode levar a medidas protecionistas e à queda do comércio internacional. Porém, é necessário aguardarmos os próximos capítulos e acompanharmos as mudanças que poderemos ter em um próximo ano”, afirmou o executivo.

Outro ponto que o executivo aponta é em relação ao preço do petróleo, que pode continuar a registrar altas. “Historicamente, conflitos internacionais têm afetado os preços dos produtos básicos, como o petróleo. O aumento dos preços destes produtos pode continuar a ter um impacto na inflação global, como já foi visto em conflitos anteriores. Não descartaria observarmos mais altas no futuro”, explica.

O conflito na Ucrânia tem afetado significativamente os preços, principalmente devido à instabilidade na demanda criada pela pandemia e agravada pelo início do conflito. No começo de dezembro, a União Europeia decidiu estabelecer um teto de US$ 60 por barril para o preço do petróleo exportado pela Rússia, com o objetivo de impedir que o país lucre com o aumento do preço do petróleo. No entanto, economistas questionam a eficácia da medida.

“Enquanto o conflito continuar, nós teremos variações no valor dos produtos comercializados pelos países envolvidos, desde os combustíveis até produtos do agronegócio, principalmente motivados pela produção de fertilizantes”, aponta Pizzamiglio. Além disso, a Rússia anunciou que não reconhecerá os efeitos do teto e não negociará com parceiros com base no preço estipulado pela União Europeia.

“Pode parecer uma realidade distante, mas todo esse conflito poderá continuar a oferecer riscos à economia e ao comércio exterior no Brasil, não afetando apenas a nossa exportação, mas os valores dos produtos no mercado interno, que é dependente do petróleo e do diesel para o transporte. Isso gera impacto em nossa inflação”, afirmou o executivo.

De acordo com o último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), do Banco Central, os próximos anos podem apresentar um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) com estimativa de aumento de 3%, 5% e 6%, respectivamente.

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Fonte:
Efficienza

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