Dólar sobe com mercado digerindo liminar de Gilmar Mendes que tira Bolsa Família do teto de gastos
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia frente ao real nesta segunda-feira, conforme a investidores digeriam a decisão do ministro do STF Gilmar Mendes de conceder liminar que retira o Bolsa Família da regra do teto de gastos, tentando entender como a medida afeta a tramitação da PEC da Transição na Câmara dos Deputados.
Às 10:24 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,50%, a 5,3187 reais na venda. Na máxima do dia, a divisa chagou a subir 0,92%, a 5,3410 reais na venda.
Na B3, às 10:24 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,03%, a 5,3300 reais.
Gilmar Mendes concedeu na noite de domingo a liminar que retira da regra do teto de gastos os recursos para o pagamento do Bolsa Família de 600 reais no ano que vem e permite que o governo federal utilize um crédito suplementar para pagar o benefício.
A decisão de Mendes acontece em meio às negociações na Câmara dos Deputados sobre a PEC da Transição, que busca retirar da regra do teto de gastos recursos para o cumprimento de promessas de campanha feitas pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, entre eles a manutenção do benefício social de 600 reais.
"Essa canetada do Gilmar Mendes deixou o mercado confuso, então não se sabe se a PEC vai para frente ou o quanto isso pode irritar o Congresso e o Senado pela interferência do Supremo", disse Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora. "A tendência do dólar hoje é chacoalhar bastante."
A XP avaliou em nota que o impacto fiscal da liminar de Mendes tende a ser menor que o da PEC da Transição, mas ponderou que "ainda é preciso compreender melhor os detalhes da medida e como isso afeta a tramitação do projeto (PEC) na Câmara".
A PEC está entrando em uma semana decisiva, depois de o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ter anunciado que a votação do texto acontecerá na terça-feira.
No exterior, jogando a favor do real, o dólar caía contra uma cesta de moedas fortes, o que Velloni, da Frente, atribuiu a um ajuste depois de ganhos recentes na esteira da decisão de política monetária do Federal Reserve.
Embora tenha desacelerado o ritmo de seu aperto monetário em sua reunião de dezembro, o banco central norte-americano emitiu comunicado mais duro do que o esperado, alertando que sua batalha contra a inflação ainda não acabou, o que despertou temores de que a alta dos juros nos Estados Unidos levará a maior economia do mundo a uma recessão.
Nesse contexto, o dólar foi beneficiado nos últimos dias, já que é considerado aposta segura em momentos de incerteza econômica.
Na última semana antes do Natal, investidores alertavam para volumes reduzidos de negociação, que podem elevar a volatilidade nos mercados.
Na última sessão, a moeda norte-americana à vista caiu 0,42%, a 5,2925 reais na venda.
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