Ibovespa tem sessão volátil com rumor sobre Lei das Estatais e foco no BC
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa tinha sessão volátil nesta quinta-feira, em meio à queda forte dos índices em Nova York após duras sinalizações do Federal Reserve e a rumores de que a Lei das Estatais encontra dificuldades para ser votada no Senado, enquanto agentes financeiros digerem as falas de autoridades do Banco Central.
Petrobras ajudava o índice, enquanto WEG e PRIO estavam entre as maiores influências negativas.
Às 12:54 (de Brasília), o Ibovespa caía 0,02%, a 103.727,83 pontos. Na mínima, o índice caiu a 103.014,26 pontos, e na máxima avançou a 105.482,72 pontos. O volume financeiro somava 10 bilhões de reais.
O Ibovespa abriu em queda, mas reverteu o movimento e chegou a subir mais de 1%, antes de se reaproximar da estabilidade.
Agentes financeiros citaram rumores de que as mudanças na Lei das Estatais encontravam dificuldades no Senado. Segundo o jornal o Estado de S.Paulo, não havia ainda acordo para a votação do projeto com as alterações nesta quinta-feira.
Mudanças na Lei das Estatais aprovadas nesta semana na Câmara dos Deputados, após a indicação de Aloizio Mercadante para chefiar o BNDES no governo de Luiz Inácio Lula de Silva (PT), pressionaram os ativos locais desde terça-feira.
Para Pedro Paulo Silveira, diretor de gestão de recursos na Nova Futura, apesar da reação positiva, o movimento "não muda em nada" a sinalização do governo eleito de que "a governança das empresas não atenderá aos acionistas".
Os agentes financeiros também seguiam atentos a declarações do presidente do BC, Roberto Campos Neto, e do diretor de política econômica da instituição, Diogo Guillen, após a divulgação pela manhã do Relatório Trimestral de Inflação.
Em meio às negociações da PEC da Transição, Campos Neto disse que o BC vem alertado sobre a importância da coordenação entre políticas fiscal e monetária e que essa é a melhor forma de se criar um ambiente futuro para queda de juros.
O mercado ainda aguarda pela tramitação da PEC da Transição na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira.
No exterior, as projeções de juros altos por mais tempo dadas pelo Federal Reserve (Fed) na véspera pesavam na confiança dos investidores e o S&P 500 cedia 2,1%.
Pela manhã, o banco central da zona do euro desacelerou a alta dos juros, mas promoteu manter o combate à inflação. O órgão também disse que começará a reduzir a carteira de títulos em março. O Banco da Inglaterra também elevou o juro nesta quinta-feira.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN subia 0,98%, a 21,68 reais, reduzindo ganhos de mais cedo, mas ainda descolando do petróleo Brent no exterior, que tinha leve queda. As ações da estatal vêm reagindo nas últimas sessões a notícias sobre as estratégias do governo eleito quanto à companhia, incluindo a questão da Lei das Estatais. Na véspera, o papel desabou 7,9%. PETROBRAS ON ganhava 1,44%, a 24,64reais.
- BANCO DO BRASIL ON evoluía 1,83%, a 31,64 reais, desempenhando melhor que seus pares privados. A ação do banco havia caído 2,5% na quarta-feira.
- ULTRAPAR ON cedia -3,55%, a 11,94 reais, após o grupo anunciar que pretende investir 2,18 bilhões de reais em 2023, cerca de 28% acima do orçado para este ano.
- VALE ON avançava 0,18%, a 87,05 reais, após os contratos futuros de minério de ferro subirem na Ásia, diante da melhora nas perspectivas de demanda na China, maior produtora mundial de aço. O minério de ferro mais negociado para maio em Dalian teve alta de 3,2%.
- MARFRIG ON tinha alta de 5,87%, a 7,58 reais, após duas quedas seguidas. A empresa aprovou 600 milhões de reais em divivendos intercalares aos acionistas.
- BRASKEM PNA perdia -4,37%, a 24,1 reais, após o UBS cortar recomendação da ação, de compra para neutra. No mês, o recuo do papel é de cerca de 14,3%.
- CSN ON ganhava 0,77%, a 14,47 reais, após divulgar projeções, incluindo de alta de cerca de 4,2% no volume de venda de aço em 2023. A empresa também estimou investimentos de 4,4 bilhões de reais no próximo ano.
- OI ON disparava 47,06%, a 0,25 real, após a Justiça encerrar a recuperação judicial da companhia após mais de seis anos.
- RESTOQUE saltava 9,59%, a 1,6 real, após seu conselho de administração aprovar plano de mudança da marca da empresa, além de um aumento de capital de 100 milhões de reais e grupamento de ações na proporção de 8 para 1.
(Por André Romani)
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