Atividade econômica encolhe mais que o esperado em agosto, aponta BC

Publicado em 17/10/2022 09:24 e atualizado em 17/10/2022 10:42

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Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - A economia brasileira encolheu mais do que o esperado em agosto, no ritmo mais forte em quase um ano e meio, de acordo com indicador do Banco Central divulgado nesta segunda-feira.

O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) registrou em agosto contração de 1,13%, de acordo com o dado dessazonalizado do indicador que é um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB).

Esse é o primeiro resultado no vermelho depois de dois meses seguidos de ganhos e foi bem pior do que a expectativa em pesquisa da Reuters de queda de 0,5%. A leitura marca ainda a contração mensal mais intensa desde março de 2021, quando o IBC-Br teve queda de 3,6%.

O resultado, entretanto, não apagou o avanço do mês de julho, que o BC revisou para uma alta de 1,67%, depois de informar anteriormente ganho de 1,17%.

Na comparação com agosto do ano anterior, o IBC-Br registrou alta de 4,86%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 2,08%, de acordo com números observados.

Estímulos fiscais devem dar alguma sustentação à economia neste ano, principalmente aos serviços que ainda se recuperam do abalo provocado pela pandemia, embora a política monetária seja restritiva.

Medidas adotadas pelo governo para aquecer a economia no ano eleitoral incluíram a antecipação do 13º para aposentados, liberação de recursos do FGTS e, mais recentemente, desonerações dos setores de combustíveis e energia e aumento do valor do Auxílio Emergencial.

No entanto, os preços elevados ainda pesam no bolso dos consumidores. Embora o IPCA tenha registrado deflação em setembro pela terceira vez seguida, a queda dos preços se concentrou recentemente nos combustíveis e energia, e só agora os alimentos começam a mostrar algum alívio.

Em agosto, o setor de serviços continuou sendo o destaque, com alta de 0,7% no volume em relação a julho, acima do esperado.

Mas tanto as vendas no varejo quanto a produção industrial tiveram perdas no mês, em um ambiente também de juros elevados.

O BC interrompeu no mês passado seu agressivo ciclo de aperto monetário ao manter a Selic em 13,75% ao ano, e ainda melhorou sua projeção para o crescimento econômico em 2022 a 2,7%, ante estimativa de 1,7% feita em junho, repetindo a taxa de expansão do PIB calculada pelo Ministério da Economia.

Mas ainda pairam sobre a economia as incertezas relacionadas à eleição presidencial, cujo segundo turno acontece em 30 de outubro e coloca frente a frente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

A agenda fiscal é ponto focal, e a questão do teto de gastos --principal âncora para as contas públicas brasileiras-- é a que mais chama a atenção de investidores

Ao mesmo tempo, o aumento de juros nas economias avançadas segue no radar, uma vez que tende a retrair a atividade no mundo e afastar investimentos de países emergentes.

A pesquisa Focus realizada semanalmente pelo BC com uma centena de economistas aponta que a expectativa é de que o PIB cresça 2,71% neste ano, mas desacelere com força em 2023 para uma expansão de 0,59%.

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Fonte:
Reuters

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