Número de mortos em incêndio em prisão no Irã sobe; protestos continuam

Publicado em 17/10/2022 09:23

Logotipo Reuters

DUBAI (Reuters) - Oito prisioneiros morreram como resultado de um incêndio na prisão de Evin, em Teerã, no fim de semana, disse o Judiciário iraniano nesta segunda-feira, dobrando o número de mortos pelo incêndio, que aumentou a pressão sobre um governo que luta para conter protestos em massa.

A morte de Mahsa Amini, de 22 anos, em 16 de setembro, enquanto estava sob custódia policial, provocou protestos em todo o país, os quais as autoridades tentam reprimir à força.

O Judiciário iraniano afirmou que todas as vítimas do incêndio na prisão estavam mantidas em uma seção designada para prisioneiros de crimes relacionados a roubos. Evin também mantém prisioneiros políticos e muitos detidos enfrentando acusações de segurança, incluindo iranianos com dupla nacionalidade.

Autoridades disseram que uma oficina da prisão foi incendiada "depois de uma briga entre vários prisioneiros condenados por crimes financeiros e roubo". A mídia estatal informou no domingo que as primeiras quatro mortes foram causadas por inalação de fumaça e que mais de 60 pessoas ficaram feridas, quatro delas em estado grave.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, disse que o incêndio em Evin pode acontecer em qualquer país.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a União Europeia estão entre os que criticaram a repressão de Teerã aos manifestantes, com a UE considerando impor congelamentos de ativos e proibições de viagem a várias autoridades iranianas envolvidas.

O porta-voz do Judiciário, Masoud Setayeshi, alertou que "difundir mentiras com a intenção de perturbar a opinião pública é punível por lei".

Famílias de alguns detidos políticos foram às redes sociais para pedir às autoridades que garantissem sua segurança em Evin, que em 2018 foi colocada na lista negra do governo dos EUA por "graves abusos de direitos humanos".

Os protestos desencadeados pela morte de Amini há um mês se transformaram em um dos maiores desafios ​​aos governantes clericais do Irã desde a revolução de 1979, com manifestantes pedindo a queda da República Islâmica, mesmo que a agitação não pareça perto de derrubar o sistema.

Os protestos foram retomados nesta segunda-feira em Yazd e várias outras cidades. A conta do Twitter do ativista Tasvir1500, amplamente seguida, exibia um vídeo mostrando pessoas incendiando as ruas e pedindo a morte do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei.

A Reuters não pôde verificar os vídeos de forma independente.

(Por Michael Georgy)

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário