BC melhora projeção de alta do PIB neste ano a 2,7%, mas vê desaceleração em 2023

Publicado em 29/09/2022 08:34 e atualizado em 29/09/2022 09:31

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Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central melhorou sua projeção para o crescimento econômico em 2022 a 2,7%, ante estimativa de 1,7% feita em junho, conforme Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira, esperando ainda uma desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 para uma alta de 1,0%.

No documento, a autoridade monetária apontou um cenário mais positivo para a inflação neste ano, mas piorou projeções para 2023, com aumento do risco de rompimento do teto da meta no ano que vem.

Assim como o BC, o Ministério da Economia também prevê expansão de 2,7% para o PIB este ano, mas é bem mais otimista para 2023, enxergando uma alta de 2,5%. O mercado, segundo a pesquisa Focus mais recente, estima que a economia crescerá 2,67% em 2022 e 0,5% no ano que vem.

De acordo com o relatório, dados sobre a atividade no país divulgados desde junho mostraram um crescimento mais expressivo do que se projetava, também por conta dos estímulos fiscais implementados pelo governo.

Para 2023, porém, o crescimento menor seria explicado pela influência da esperada desaceleração global e dos impactos cumulativos da política monetária no Brasil, disse no documento.

Em relação à inflação, o BC afirmou que os dados tiveram recuo relevante desde o último relatório, ressaltando que o IPCA no trimestre encerrado em agosto foi negativo e se revelou 2,37 ponto percentual mais baixo do que o antecipado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em seu cenário de referência de junho.

"O índice de preços ao consumidor recuou especialmente devido às medidas tributárias recentemente adotadas", disse. "Por outro lado, a inflação de serviços permanece resistente, em meio a resultados surpreendentemente positivos da atividade econômica e do mercado de trabalho."

Para este ano, o BC disse que a probabilidade de a inflação ficar acima do limite superior da meta caiu de quase 100% para cerca de 93%. Em 2023, porém, a autarquia afirmou que a probabilidade de estouro subiu de 29% para 46%, citando elevação das projeções de mercado, "possivelmente refletindo uma persistência da inflação de serviços".

O BC também reiterou mensagem da última reunião do Copom de que se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação.

Atualmente, a taxa básica de juros está em 13,75% ao ano, após o BC ter decidido interromper o ciclo de aperto monetário.

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Fonte:
Reuters

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