Autoridades do Fed seguem unidas sobre alta de juro, mas divididas acerca de quão longe ir

Publicado em 18/08/2022 17:15

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Por Ann Saphir e Howard Schneider

(Reuters) - O Federal Reserve precisa continuar elevando os custos dos empréstimos para controlar a inflação elevada, disseram várias autoridades do banco central dos EUA nesta quinta-feira ao debater com que rapidez e quão alto os juros deveriam ser aumentados.

O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse que, dada a força da economia, ele está atualmente inclinado a apoiar um terceiro aumento consecutivo da taxa em 75 pontos-base em setembro, para reduzir a inflação mais rapidamente.

"Eu realmente não vejo por que estender os aumentos das taxas de juros para o próximo ano", disse Bullard ao Wall Street Journal, acrescentando que gostaria de ver a taxa de juros de um dia do Fed em uma faixa entre 3,75% e 4,00% até o fim do ano. A taxa básica de juros do Fed está atualmente entre 2,25% e 2,50%.

Mais cedo nesta quinta-feira, a presidente do Fed de San Francisco, Mary Daly, disse que aumentar os juros em 50 ou 75 pontos-base no próximo mês seria uma maneira "razoável" de levar os custos de empréstimos de curto prazo "um pouco acima" de 3% até o fim deste ano e deixá-los a caminho de um patamar um pouco mais alto em 2023.

O ritmo exato dos aumentos das taxas dependeria dos dados de emprego, que mostraram forte crescimento nos últimos meses, e da inflação, disse Daly à CNN International. A inflação pela medida preferida do Fed está em mais de três vezes a meta de 2% do banco central.

E com a desaceleração econômica global atuando como um vento contrário ao crescimento dos EUA, ela disse que "temos que levar isso em consideração para garantirmos que não exageremos na política monetária".

As opiniões das duas autoridades do Fed sugerem uma divisão no banco central entre aqueles que querem elevar as taxas rapidamente e aqueles que são mais cautelosos devido aos possíveis danos ao mercado de trabalho e ao risco de aumento da taxa de desemprego nos EUA, agora em 3,5%.

Mas Bullard e Daly deixaram claro que, depois que as taxas subirem para um certo nível, o Fed não será rápido em cortá-las. Bullard disse que as expectativas do mercado de cortes nos juros eram "definitivamente prematuras". Daly disse apoiar uma estratégia de "subir e parar".

"A pior coisa que você pode ter como empresa ou consumidor é ter os juros subindo e depois caindo rapidamente... isso só causa muita cautela e incerteza", disse Daly.

"Acho que não queremos ter essa ideia de que teremos essa grande trajetória dos juros em forma de corcova, em que aumentaremos muito rapidamente neste ano e depois cortaremos agressivamente no próximo ano --não é isso que está em minha mente."

Falando em um evento separado, a presidente do Fed de Kansas City, Esther George, disse que ela e seus colegas continuarão a debater a questão de quão rapidamente aumentar as taxas, mas que não pararão até que estejam "completamente convencidos" de que a inflação está caindo.

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Fonte:
Reuters

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