Dólar vai de alto a baixo, mas fecha quase estável, a R$5,1715

Publicado em 18/08/2022 17:14 e atualizado em 18/08/2022 18:52

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Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar ficou perto da estabilidade ante o real nesta quinta-feira, depois de oscilar entre altos e baixos num pregão de sinais mistos vindos do exterior.

A cotação no mercado à vista registrou variação positiva de 0,06%, a 5,1715 reais. Ao longo da jornada, foi de alta de 0,77%, a 5,208 reais, para queda de 0,76%, a 5,1291 reais.

Um fluxo mais robusto no mercado à vista em dia de volume menor em contratos de dólar futuro da B3 zerou quase toda a alta do dólar de mais cedo.

A clearing de câmbio da B3 registrava ao fim da tarde quase 2 bilhões de dólares em liquidação de operações de câmbio para dois dias (D+2), giro comparável ao visto no fim de junho. Já no mercado futuro, pouco mais de 228 mil contratos haviam trocado de mãos, 12% abaixo da média de um mês.

De forma geral, o mercado seguiu volátil e tentando decifrar os sinais da política monetária norte-americana, os riscos de desaceleração mais forte na China e em que medida o elevado juro no Brasil pode barrar posições especulativas de venda no real.

O dólar tinha um rali no exterior, mas em compensação as bolsas de valores em Nova York terminaram em alta, ainda que pequena. O petróleo subiu, e o principal índice das ações brasileiras garantiu sinal positivo no fechamento, acumulando ganho de mais de 10% neste mês.

"Não vemos muita assimetria (no preço da moeda), enquanto durar essa onda de otimismo lá fora... isso limita a depreciação do real, e estamos de olho no mercado internacional para eventualmente alterar posição", disse Marcos Mollica, gestor do Opportunity Total, principal fundo multimercado da Opportunity Asset.

O fundo gerido por Mollica está zerado em posições estruturais em câmbio, com o ativo negociado apenas de forma tática (no curtíssimo prazo). Segundo ele, no Brasil o período eleitoral é evento para o qual tradicionalmente tem-se pouco hedge, o que força uma redução da exposição dos fundos ao mercado brasileiro.

Em abordagens cíclicas táticas (dia) e cíclicas estratégicas (semana), o Morgan Stanley diz que o dólar está em "bear market" (tendência de baixa) contra o real. Mas a aposta secular, que considera períodos de mês, é de "bull market" para o dólar, ou seja, de uma cotação em alta.

Considerando três cenários, mesmo no mais otimista para o real o dólar não cairia abaixo de 5,20 reais --portanto, estaria acima da cotação atual. No cenário-base, a taxa de câmbio estaria em 5,35 reais. No panorama mais forte para o dólar, a moeda bateria 5,70 reais.

(Por José de Castro; Edição de Isabel Versiani)

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Fonte:
Reuters

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