Produção da Petrobras cai no 2º tri com desinvestimentos e paralisações
SÃO PAULO (Reuters) - A produção de petróleo da Petrobras caiu no segundo trimestre em meio a desinvestimentos de ativos e paralisações crescentes de trabalho que afetaram a operação da empresa.
A produção total de petróleo e gás da companhia no Brasil somou 2,616 milhões de barris de óleo equivalente ao dia no segundo trimestre, uma baixa de 5% na comparação com o mesmo período do ano anterior, informou a estatal em relatório nesta quinta-feira.
A produção de petróleo da empresa no Brasil atingiu 2,114 milhões de barris por dia no intervalo, com recuo também de 5%.
Incluindo o gás natural e o exterior, a empresa produziu 2,653 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boepd), queda de 5,1% tanto em termos anuais como trimestrais.
A Petrobras atribui o recuo na produção ao início da vigência do Contrato de Partilha de Produção dos Volumes do Excedente da Cessão Onerosa dos campos de Atapu e Sépia, em 2 de maio, com redução de participação da Petrobras nestes campos. O impacto no segundo trimestre, segundo a empresa, foi de 90 mil barris de óleo equivalente/dia.
A estatal ainda concluiu um desinvestimento menor para a petrolífera brasileira independente 3R Petróleo Óleo e Gás.
A empresa ressaltou também que houve um maior número de paradas para manutenções e intervenções nas plataformas do pré-sal e do pós-sal, cujos efeitos, porém, foram parcialmente compensados pelo início de produção da plataforma flutuante (FPSO) Guanabara, no campo de Mero, e pela continuidade dos ramp-ups dos FPSOs Carioca, no campo de Sépia, e da P-68 (campos de Berbigão e Sururu), localizados no pré-sal da Bacia de Santos.
"Esses efeitos já estavam previstos em nosso planejamento e não impactaram nosso guidance de produção para 2022, de 2,6 MMboed, com variação de 4% para mais ou para menos", disse a Petrobras.
A produção de derivados do petróleo atingiu 1,77 milhão de barris por dia no segundo trimestre, avanço de 1,7% ante igual período do ano anterior e 2,6% acima dos três primeiros meses de 2022.
Segundo a Petrobras, o desempenho dos derivados ficou em linha com o FUT total do parque de refino de 89% no segundo trimestre deste ano e superou o primeiro tri mesmo com o desinvestimento da RLAM, que representava cerca de 13% da capacidade de processamento total do parque de refino.
VENDAS
Já as vendas de derivados de petróleo da Petrobras no mercado interno atingiram 1,717 milhão de barris/dia no segundo trimestre, baixa de 2,4% na comparação anual e avanço de 1% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
O avanço em base trimestral foi devido, principalmente, ao aumento das vendas de diesel e GLP, em razão da sazonalidade de consumo desses produtos.
"Este aumento foi parcialmente compensado pelas menores vendas de gasolina, devido à maior oferta de etanol, e menores vendas de óleo combustível por não ter havido entregas para geração termelétrica no segundo trimestre de 2022."
A petroleira registrou queda de 8% no volume de diesel comercializado e de 2,8% no da gasolina, na comparação com o segundo trimestre de 2021, para respectivos 750 mil e 375 mil barris por dia.
Se considerado todo o primeiro semestre, o recuo nas vendas de diesel foi de 5,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a Petrobras, o principal fator foi a venda da Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, para o Fundo Mubadala- concretizada em novembro de 2021 - além do aumento das entregas por importadores e outros produtores nacionais, e um menor consumo por usinas termelétricas.
(Reportagem de Nayara Figueiredo e Rafaella Barros em São Paulo, e Gram Slattery no Rio de Janeiro)
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