Ibovespa recua com Petrobras e Klabin entre maiores baixas em dia de BCE
O Ibovespa recuava nesta quinta-feira, com Petrobras entre as maiores quedas na esteira do declínio dos preços do petróleo, bem como Klabin, que chegou a cair mais de 8% após anunciar a construção de nova fábrica.
Investidores também repercutem decisão do Banco Central Europeu (BCE), que elevou os juros na zona do euro pela primeira vez em mais de uma década e em maior magnitude do que o esperado.
Em Wall Street, o S&P 500 cedia 0,4%, enquanto o Nasdaq perdia 0,2% e o Dow Jones recuava 0,8%, enfraquecidos pelo declínio de ações atreladas ao petróleo e com resultados corporativos no radar.
Às 11:55, o Ibovespa caía 0,73 %, a 97.571,47 pontos. O volume financeiro somava 6,3 bilhões de reais.
Para a equipe da XP Investimentos, com base no múltiplo preço sobre lucro (P/L), indicativo de quão disposto o mercado está a pagar pelos resultados da companhia, a bolsa brasileira segue como um investimento de potenciais retornos relevantes na visão de longo prazo.
Eles afirmaram em comentário a clientes que o P/L projetado para os próximos 12 meses do Ibovespa atualmente está em 6 vezes, um desconto de mais de 40% em relação à média dos últimos 15 anos, de 11,2 vezes.
"Ao calcularmos a média de retornos cumulativos de quando o Ibovespa atingiu o P/L de 6x, podemos concluir que os retornos para os próximos anos...seguem em números atrativos."
Em 2022, o Ibovespa acumula um declínio ao redor de 7%.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN recuava 2,9%, a 28,35 reais, acompanhando a queda dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent, referência usada pela companhia, caía cerca de 3%. A empresa reporta dados de produção do segundo trimestre nesta quinta-feira após o fechamento do mercado. PETROBRAS ON cedia 3,5%.
- KLABIN UNIT perdia 4,9%, a 18,14 reais, após seu conselho de administração aprovar investimento de até 1,567 bilhão de reais na construção de uma fábrica de papelão ondulado em Piracicaba (SP), em plano que teve objeção de alguns conselheiros da empresa. Analistas do Bradesco BBI consideraram o investimento por tonelada alto.
- BRASKEM PNA caía 0,9%, a 34,46 reais, tendo de pano de fundo dados operacionais preliminares da petroquímica mostrando queda no uso da capacidade de suas centrais petroquímicas no segundo trimestre, diante de paradas de manutenção e problemas de fornecimento.
- VALE ON tinha acréscimo de 0,2%, a 67,48 reais, ainda sofrendo com a reação de agentes financeiros a dados de produção da mineradora do segundo trimestre e revisão de projeção para o ano divulgados na véspera. A sessão também era marcada pela queda nos contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura nesta quinta-feira.
- ITAÚ UNIBANCO PN cedia 0,7%, a 23,15 reais, e BRADESCO PN caía 0,29%, a 16,99 reais. Na visão de analistas do Goldman Sachs, os bancos brasileiros devem ter mantido um crescimento sólido do crédito no segundo trimestre, mas também registrado maiores provisões ano a ano, uma vez que a qualidade do crédito deve ter continuado a se deteriorar.
- IRB BRASIL RE ON valorizava-se 2,83%, a 2,36 reais, ampliando a valorização no mês para cerca de 7%. No ano, porém, os papéis acumulam queda ao redor de 45%. Investidores seguem atentos à chance de aumento de capital pela resseguradora, que divulgará seu balanço em meados de agosto.
(Por Paula Arend Laier; edição de André Romani)
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