Vendas no varejo do Brasil sobem pelo 5º mês em maio, mas perdem força
O setor de varejo seguiu em expansão no Brasil em maio pelo quinto mês seguido, porém em resultado abaixo do esperado, o que mostra forte perda de força da atividade em um cenário de inflação elevada no Brasil.
As vendas tiveram em maio crescimento de 0,1% em relação ao mês anterior, ficando bem abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de ganho de 1,0%.
O resultado divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o menor para meses de maio desde 2019 (-1%).
É também o mais fraco entre as cinco taxas positivas registradas neste ano -- 2,3% em janeiro, 1,4% em fevereiro, 1,4% em março e 0,8% em abril.
O IBGE informou ainda que, na comparação com maio de 2021, as vendas tiveram recuo de 0,2%, contra expectativa de ganho de 2,6%..
A reabertura econômica pós-pandemia e medidas de auxílio do governo, como a liberação de saques extraordinários do FGTS, ajudaram o consumo no início do ano, bem como a recuperação do emprego.
Mas a expectativa é de que a demanda doméstica perca força à frente, refletindo a dissipação desses fatores e a inflação elevada, que corrói renda e confiança do consumidor.
"Apesar de vir de quatro resultados positivos, as taxas foram decrescentes. Observamos uma retomada no comércio varejista, mas que vem de uma base baixa, dezembro, e sempre fazendo um acúmulo menos intenso ao longo desses meses", explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
De acordo com o IBGE, o impacto da inflação nas vendas fica evidente com o aumento de 0,4% na receita diante da variação baixa no volume, "uma diferença que já sinaliza a inflação no varejo em geral".
Entre as oito atividades pesquisadas, seis apresentaram resultado positivo, sendo os principais destaques Livros, jornais, revistas e papelaria (5,5%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,6%) e Tecidos, vestuário e calçados (3,5%).
Por outro lado, as vendas de Móveis e eletrodomésticos tiveram queda de 3,0% e a atividade ainda não recuperou o patamar pré-pandemia, enquanto Outros artigos de uso pessoal e doméstico apresentaram perda de 2,2%.
O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, apresentou em maio alta de 0,2% nas vendas.
Veículos e motos, partes e peças registrou perda de 0,2% nas vendas, enquanto Material de Construção teve queda de 1,1%.
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