Reuters: Bolsonaro diz que lucro da Petrobras é "estupro" e que novo aumento de combustível vai quebrar país
Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro fez um pedido veemente à Petrobras, nesta quinta-feira, para reduzir seu lucro, que considerou "absurdo" e "um estupro", e fez um apelo para que não haja novos aumentos nos preços dos combustíveis, sob o risco de o Brasil quebrar.
Ao lembrar da greve dos caminhoneiros que parou o país em 2018, no governo de Michel Temer, Bolsonaro alertou que pode haver uma "convulsão" caso haja novo aumento no preço do diesel.
"A gente apela para a Petrobras, não reajustem o preço dos combustíveis. Vocês estão tendo um lucro absurdo", disse o presidente na tradicional transmissão ao vivo por redes sociais às quintas-feiras.
"Ela (Petrobras) deve ter a função social. Petrobras, estamos em guerra. Petrobras, não aumente mais o preço dos combustíveis. O lucro de vocês é um estupro, é um absurdo", afirmou, enfatizando que não interfere na empresa e isentando-se da responsabilidade pela situação.
"Se continuar tendo lucro dessa forma, aumentando o preço do combustível, vai quebrar o país... se tiver mais um aumento de combustível, pode quebrar o Brasil. E o pessoal da Petrobras não entende ou não quer entender, ou só estão de olho no lucro", acrescentou.
Ao mesmo tempo em que Bolsonaro fazia seus apelos à Petrobras, a estatal divulgava um lucro líquido de 44,56 bilhões de reais no primeiro trimestre do ano. Em um comunicado, o presidente-executivo da estatal, José Mauro Coelho, afirmou que os resultados da petroleira geram "retorno importante para o acionista, em especial a sociedade brasileira, representada pela União".
Bolsonaro apontou o combustível como o "vilão" da inflação que atinge o país, e disse que o nome da empresa "vai para a lama" caso haja um novo reajuste do preço do diesel, apontando os impactos do aumento do frente em artigos básicos, como alimentação.
O presidente fez apelos diretos ao presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, e ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, com quem deve se encontrar na sexta-feira em viagem à Guiana. Também incluiu os acionistas e os membros do conselho da empresa na críticas.
Procurada, a Petrobras não respondeu de imediato a um pedido da Reuters de comentários sobre as falas do presidente.
Bolsonaro lembrou ainda da situação de crise econômica, a guerra na Ucrânia, que afeta o preço do barril do petróleo, e os impostos cobrados sobre os combustíveis como outros fatores para as altas de preço.
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Gabriel Chaparro de Almeida São Paulo - SP
Nível de comentário ridículo para um chefe de estado. A função de toda empresa é dar lucro, não existe lucro "exagerado". O governo é principal acionista da Petrobras e irá receber a maior parte dos dividendos. Com esses dividendos, o governo federal pode criar política de preços dos combustíveis para a nação, não é função da Petrobras fazer isso. A função dela é gerar lucro, parece que o presidente está com saudade da gestão da Petrobras no governo do PT, quando a empresa dava prejuízo e tomou muita dívida.
NO TOCANTE À Petrobrás ; temos que ver que nos governos dos Petralhas, abusaram e fizeram farra com os desmandos da Petroleira,, que Somente Deus Dirá a Verdade , porque muitos não entendem de Administração de uma Empresa que é parte Estatal, e também dos Acionistas, Financiaram com os Dólares, que faziam o Banco Central , e o Tesouro , Distribuírem Empréstimos em Países,, que não tem nenhuma credibilidade , para Honrar os Pagamentos, e quem Vai pagar é o Tesouro do Brasil, e CERTAMENTE, cada Brasileiro vai ter que pagar um pouco de cada um Sobrevivente de Nossa Pátria, A grande Falcatrua em que se encontra a Petroleira.
Bolsonaro já elegeu quem vai comandar no ministerio MME. Agora a verdade veio a tona. Só não viu quem não quer. A privatização veio a tona e quem vai pagar a conta é quem trabalha.