Rússia pode invadir Ucrânia a qualquer momento, informa a BBC, e commodities disparam nesta 6ª
Uma ameaça da invasão russa à Ucrânia é cada vez mais iminente e pode acontecer, segundo especialistas, a qualquer instante, segundo a agência britânica de notícias BBC. O Ministério da Relações Exteriores do Reino Unido orientou seus cidadãos a deixarem os países imediatamente enquanto os meios comerciais ainda estão disponíveis. EUA, Japão, Holanda e Coreia do Sul também pediram que seus cidadãos deixem a Ucrânia.
Em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (11), a Casa Branca trouxe a orientação para que os americanos deixassem o território ucraniano na sequência de uma análise do Serviço de Inteligência Norte-Americano.
Assim, entre as commodities, o petróleo, o trigo e o milho sobem forte. As altas no brent e no WTI passam de 3%, com o barril superando, respectivamente, US$ 94,00 e US$ 93,00. Na Bolsa de Chicago, os futuros do trigo também subiam mais de 3% - ou quase 30 pontos - e o milho encerrava o dia com altas de mais de 8 pontos nos contratos mais negociados.
Ainda segundo informações da BBC, apesar da Rússia negar por diversas vezes os planos de invasão à Ucrânia, há reunidos mais de 100 mil soldados russos próximos à fronteira ucraniana. Além disso, o Kremlin diz ainda que "que quer impor "linhas vermelhas" para garantir que seu ex-vizinho soviético não se junte à Otan.
Depois de sua última reunião, os líderes da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) afirmaram que "o bloco está unido e preparado para qualquer cenário".
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As informações ainda são desencontradas, mas o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, afirmou durante a coletiva que o governo americano acredita que uma ação militar ofensiva da Rússia poderia se dar na semana que vem. E as preocupações crescem diante da possibilidade da invasão se dar antes do encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim.
“O que podemos dizer é que há uma perspectiva crível de que uma ação militar russa ocorra mesmo antes do final das Olimpíadas. Nossa opinião é que não acreditamos que ele tenha tomado qualquer tipo de decisão final, ou não sabemos se ele tomou alguma decisão final", disse Sullivan referindo-se ao presidente russo Vladimir Putin.
De acordo com a agência internacional de notícias Bloomberg, o ataque russo poderia começar com bombardeios aéreos e ataques com mísseis que causariam baixas civis generalizadas.
“Como eu disse antes, pode assumir uma variedade de formas. Poderia ser mais limitado, poderia ser mais expansivo, mas há possibilidades muito reais de envolver a apreensão de uma quantidade significativa de território na Ucrânia e a apreensão de grandes cidades, incluindo a capital", complementou o conselheiro.
A Bloomberg informou ainda que as ações da Rússia podem incluir provocar uma provocação na região de Donbas, onde militares da Ucrânia lutam há anos contra separatistas apoiados por Moscou, ou atacar a capital do país, Kiev, disseram autoridades familiarizadas com o assunto, pedindo para não serem identificadas falando sobre um tema tão delicado. Eles disseram que qualquer ação pode começar já na terça-feira.
Especialistas afirmam que qualquer ação dentro da Ucrânia corre o risco de desencadear o maior conflito em território europeu desde a Segunda Guerra Mundial. Ainda segundo a BBC, as tensões atuais ocorrem oito anos depois que a Rússia anexou a península da Crimeia, no sul da Ucrânia. Desde então, os militares da Ucrânia estão presos em uma guerra com rebeldes apoiados pela Rússia em áreas do leste perto das fronteiras da Rússia.
MERCADO DE FERTILIZANTES PODE SER UM DOS MAIS AFETADOS
O mercado de fertilizantes pode ser um dos mais afetados diante da efetivação do conflito entre Rússia e Ucrânia, porém, devemos entender melhor quais serão estes efeitos na próxima semana.
"Podemos ter impactos no curto prazo para a cadeia de fertilizantes, sobretudo nitrogenados. Entretanto, apostar em um colapso do setor também não acredito que acontecerá. Mas sem dúvida, o momento de compra exige ainda mais atenção! O cenário já não estava favorável desde meados do ano passado, com essa notícia mais dúvidas são levantadas", explica o analista de fertilizantes Jeferson Souza, da Agrinvest Commodities.
Souza afirma ainda que em um momento como este é preciso acompanhar cada notícia de perto, mas manter a cautela, evitando as informações "terroristas" e muito exageradas. No ano passado, 23% das importações brasileiras de fertilizantes vieram da Rússia.
MERCADO DO AÇÚCAR NO CAMINHO CONTRÁRIO
Por Jhonatas Simião
Contrariando a alta de outras commodities com suporte do petróleo, o açúcar fechou esta sexta-feira (11) com queda nas bolsas de Nova York e Londres, inclusive com acumulado semanal negativo de mais de 1%.
As melhores expectativas diante da nova safra do Centro-Sul do Brasil ofuscaram as tensões geopolíticas que dão suporte ao petróleo.
As origens asiáticas também estão em foco. "Negociantes observaram que as exportações indianas de açúcar estão aumentando e que, com 2022/23 sendo visto em um pequeno superávit, o lado positivo provavelmente é limitado no momento", disse a Reuters.
MERCADO DO CAFÉ AINDA NÃO CONTABILIZA O CONFLITO
Por Virgínia Alves
Segundo Haroldo Bonfá, analista da Pharos Consultoria, o pregão desta sexta-feira (11) foi marcado por realização nos preços e o mercado futuro do café arábica ainda não reagiu aos impasses políticos entre Rússia e Ucrânia. Para segunda-feira, no entanto, as cotações podem abrir a semana com valorização, acompanhando os impasses entre as duas nações.
Entre as principais preocupações para o setor cafeeiro é justamente com a logística - que já afeta todo o setor e é um dos suportes para preços firmes neste momento, que podem avançar ainda mais caso a tensão se confirme nos próximos dias.
MERCADO DE PROTEÍNAS ANIMAIS PODE SOFRER IMPACTOS INDIRETOS
Por Letícia Guimarães
De acordo com o analista da SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, para o mercado de exportação de proteínas animais do Brasil não deve haver novidades por enquanto, de maneira direta. Ele explica que os impactos podem ser indiretos, uma vez que Ucrânia e Rússia são importantes players em outras áreas, como trigo, petróleo, fertilizantes, entre outros.
Iglesias relembra ainda que a Ucrânia e Rússia já foram grandes importadores de carne suína brasileira no início da década, tendo ainda a Ucrânia como importadora e vendedora da proteína para a Rússia. Entretanto, com a tensão em relação à Crimeia ocorrida em 2014, quando a Rússia e a Ucrânia disputavam a dominação sobre este território autônomo, as relações comerciais ficaram bagunçadas. Em 2016, houve uma crise que dceixou a suinocultura brasileira "em parafuso", com embargos destes países à proteína brasileira.
"Pensando pelo viés do Brasil, pode ser que, inicialmente, este conflito não afete muito, já que os dois países já não importam mais tanta carne brasileira,d e forma geral. Mas temos que nos preocupar com os outros mercados que Rússia e Ucrânia dominam, como trigo e petróleo, por exemplo", disse.
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