Ibovespa tem dia volátil com liquidação de ações de tecnologia em NY e reação ao Copom
O principal índice da bolsa brasileira operava entre perdas e ganhos nesta quinta-feira, sob pressão negativa de Wall Street e de nova queda das ações da Petrobras se contrapondo ao efeito da sinalização na redução no ritmo do aperto monetário no Brasil.
Às 12h19, o Ibovespa caía 0,07, a 111.815,73 pontos. O volume financeiro era de 7,6 bilhões de reais.
O Banco Central (BC) elevou a Selic a 10,75% ao ano na véspera ao subir a taxa básica de juros em 1,5 ponto percentual pela terceira vez seguida, conforme esperado, mas surpreendeu parte do mercado ao indicar ritmo menor de ajuste.
O órgão ainda revisou significativamente para cima sua projeção de inflação para 2022 e afirmou que o horizonte relevante para a política monetária é, "em maior grau", 2023.
Alguns setores mais sensíveis à taxa de juros reagiam positivamente à sinalização, como os de construção, educação e varejistas, ainda que esse movimento seja limitado por uma liquidação forte das ações de tecnologia em Nova York.
Os três principais índices de ações nos EUA caíam, à medida que as ações da Meta, dona do Facebook, afundavam, após a empresa divulgar uma projeção abaixo da esperada. O movimento contaminava o resto dos papéis do setor, assim como os mercados acionários globalmente.
Além disso, os novos pedidos de auxílio-desemprego caíram mais que o esperado na semana passada nos EUA. Na véspera, o relatório de emprego da ADP revelou que o setor privado fechou postos de trabalho em janeiro pela primeira vez em um ano. Os números devem ajudar a calibrar expectativas do mercado para um indicador mercado de trabalho a ser divulgado na sexta-feira.
O mercado também digere decisões de política monetária na Europa. O BC da zona do euro, deixou a política inalterada, mas a presidente da instituição, Christine Lagarde, mostrou tom mais duro quanto à inflação. E o BC da Inglaterra elevou o juro para 0,5%, em decisão dividida, com algumas autoridades querendo aumento ainda maior.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN caía 1,5%, em meio a recuo nos preços do petróleo por conta de realização de lucros. PETRORIO ON tinha queda de 1,8%. Além disso, de pano de fundo, diretor financeiro da Petrobras, Rodrigo Araujo, disse ver potencial para a estatal pagar dividendos muito maiores do que no passado. Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, em um eventual novo governo, não manterá o preço dos combustíveis vinculado ao dólar.
- CIELO ON caía 3,4%, após subir até 5,2% na abertura, na sequência de divulgação de resultados. O lucro líquido da companhia no quarto trimestre foi a 336,9 milhões de reais, alta de 13% ante mesma etapa de 2020. A moderada alta do processamento de pagamentos, a maior penetração e antecipação de recebíveis e o controle de despesa fizeram contraponto a margens menores e nova redução da base de clientes.
- LOCAWEB ON caía 3,7%, enquanto INTER UNIT caía 2,2%, em meio à liquidação global dos papéis ligados à tecnologia.
- BTG PACTUAL UNIT caía 2,6%. ITAÚ UNIBANCO PN subia 0,2%, BRADESCO PN ganhava 0,1% e SANTANDER BRASIL UNIT recuava 0,2%. Já BANCO DO BRASIL subia 0,8%. Grandes bancos registraram perdas firmes na véspera, após o Santander Brasil divulgar resultados abaixo do esperado pelo mercado para o quarto trimestre.
- VALE ON subia 0,5%, enquanto siderúrgicas operavam mistas, com USIMINAS PNA caindo 1,4% e CSN ON subindo 0,2%.
- JHSF subia 2%, MRV tinha alta de 0,5%, EZTEC ganhava 0,8% e CYRELA avançava 0,8%, em sessão positiva para empresas do setor imobiliário, após indicação de redução do ritmo de alta na Selic pelo BC.
- YDUQS ON subia 3,2% e COGNA ON avançava 2,8%.
- AMERICANAS ON subia 2,6%, VIA ON avançava 2% e MAGAZINE LUIZA ON evoluía 1,5%.
- AREZZO ON, que não está no Ibovespa, ganhava 0,3% em dia de definição de preço por ação de seu follow-on.
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