Dólar engata 3ª alta e fecha acima de R$5,70 com reação global a ata do Fed
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu pelo terceiro dia consecutivo e fechou acima de 5,70 reais nesta quarta-feira, após uma arrancada na parte da tarde na qual acompanhou a reação dos mercados externos à sinalização pelo banco central norte-americano de redução maior de liquidez à frente.
O dólar à vista ganhou 0,41%, a 5,7128 reais, maior patamar desde 21 de dezembro (5,7394 reais). Mais cedo, a moeda havia recuado 0,83%, a 5,6424 reais.
Lá fora, o dólar passou a subir contra alguns pares emergentes e as taxas dos títulos do Tesouro norte-americano --que podem indicar a atratividade do dólar-- aceleraram as altas, enquanto os mercados de ações no Brasil e nos Estados Unidos afundaram.
As autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) avaliaram no mês passado que o mercado de trabalho nos EUA estava "muito apertado" e que o banco central pode precisar aumentar as taxas de juros mais cedo do que o esperado e começar a reduzir sua carteira geral de ativos para domar a alta inflação, de acordo com a ata da reunião de política monetária dos dias 14 e 15 de dezembro.
"Mercado reagiu mal à ata do Fed. Além de mencionar altas de juros antes do esperado, também falaram sobre reduzir o tamanho do seu balanço. Ou seja, não só o tapering (parar de crescer o balanço de ativos), mas também reduzir o seu tamanho", comentou Fernando Ferreira, estrategista-chefe na XP.
O potencial enxugamento de liquidez pelo BC norte-americano representa um desafio adicional para a classe de ativos emergentes (da qual faz parte o real), que costuma sofrer em situações assim devido ao risco de fuga de capital para os EUA, onde a rentabilidade dos títulos ficaria maior com a alta de juros, pano de fundo de daria suporte ao dólar.
Dados do Banco Central publicados nesta quarta-feira mostraram que o Brasil atraiu, em termos líquidos, pouco mais de 6,1 bilhões de dólares em 2021 via câmbio contratado. Embora tenha sido o melhor resultado em seis anos, esse ingresso representa apenas uma fração dos 73,686 bilhões de dólares perdidos entre 2018 e 2020.
O dólar subiu 7,36% em 2021 ante o real, quinto ano consecutivo de ganhos. Nas três primeiras sessões de 2022, a moeda já tem alta de 2,50%.
"Continuamos acreditando em um cenário de valorização global do dólar, portanto, seguimos com a exposição líquida comprada em dólar", disse a Infinity Asset em carta mensal.
(Por José de Castro)
0 comentário

Ações sobem com impulso de dados econômicos fortes e possíveis negociações comerciais entre EUA e China

Ibovespa tem queda discreta na sessão, mas assegura ganho semanal

Juros futuros avançam no Brasil após dados robustos de emprego nos EUA

Pequim avalia oferta sobre fentanil para iniciar negociações comerciais com EUA, informa WSJ

Primeiro-ministro canadense vai se reunir com Trump na próxima 3ªfeira

Ações europeias sobem com sinais de alívio de tensões entre EUA e China e com dados de emprego dos EUA