Dólar tem leve alta antes de dados dos EUA e decisões de política monetária
O dólar apresentava leve alta frente ao real na manhã desta terça-feira, com os investidores trabalhando em modo de espera antes de dados desta semana sobre a inflação norte-americana.
Às 10:19, o dólar avançava 0,32%, a 5,0542 reais na venda, enquanto o principal contrato de dólar futuro tinha alta de 0,12%, a 5,065 reais.
No exterior, o índice da divisa norte-americana em relação a rivais fortes subia 0,06%. Divisas emergentes que o real tende a acompanhar -- como peso mexicano, rand sul-africano e lira turca -- oscilavam entre leves altas e baixas.
"As atenções globais estão voltadas para a divulgação do Índice de Preços aos Consumidores dos EUA de maio, na quinta-feira, (que) poderá determinar o rumo da política monetária do Federal Reserve", explicou em nota Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora.
Recentemente, temores sobre um superaquecimento da maior economia do mundo marcaram presença nos mercados globais, em meio a especulações de que um pico na inflação poderia levar o banco central norte-americano a apertar sua política monetária mais cedo do que o esperado.
Embora várias autoridades do Fed tenham afirmado repetidas vezes que enxergam as pressões inflacionárias como temporárias, outras já começaram a reconhecer que estão mais próximas de um debate sobre quando retirar parte de seu nível de apoio à economia.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed encerrará sua próxima reunião em 16 de junho.
A data também contará com a decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, com expectativa de elevação da taxa Selic a 4,25% ao ano, ante patamar atual de 3,5%. Um cenário doméstico de juros mais altos tende a favorecer o real, segundo especialistas, uma vez que torna investimentos locais atrelados à Selic mais atraentes para o investidor estrangeiro.
Vários analistas têm apontado as perspectivas para os juros no Brasil e nos Estados Unidos como um fator de pressão para o dólar frente ao real, mas dados econômicos domésticos melhores do que o esperado também estão no radar. Na semana passada, o IBGE informou que a economia do Brasil registrou crescimento no primeiro trimestre de 2021 e retornou ao patamar pré-pandemia, dando sequência à recuperação dos danos causados pela Covid-19.
Já nesta terça-feira, dados mostraram que as vendas no comércio varejista brasileiro cresceram bem mais do que o esperado em abril e tiveram maior alta em 21 anos para o mês, voltando a ficar acima do nível pré-pandemia.
Nesse contexto, "o clima é de dólar para baixo", disse à Reuters Vanei Nagem, responsável pela Mesa de Câmbio da Terra Investimentos.
Segundo ele, agora as expectativas giram em torno do patamar de 5 reais. "Existe toda uma mística em volta dele; é uma marca psicológica. Mas fica a dúvida sobre se o dólar poderia romper esse patamar com força -- e ir para níveis bem mais baixos -- ou não."
O dólar spot fechou o último pregão com variação positiva de 0,03%, a 5,0380 reais na venda.
Até agora em 2021, a moeda norte-americana acumula queda de aproximadamente 2,9% contra o real.
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