Bioeletricidade ultrapassa capacidade de térmicas a gás
Em 2021, as usinas termelétricas à biomassa ultrapassaram a capacidade instalada outorgada às usinas termelétricas a gás natural. Em dezembro do ano passado, as térmicas a gás natural totalizavam 15.697 MW instalados no país e a biomassa 15.604 MW. Em maio deste ano, as posições se inverteram, com as usinas termelétricas à biomassa atingindo 15.705 MW frente 15.577 MW instalados pelas térmicas a gás natural.
A fonte biomassa em geral representa 9% da potência outorgada na matriz elétrica com seus 15.705 MW instalados, no país são 177.306 MW. São 9.453 usinas produtoras de energia elétrica no Brasil, sendo 584 usinas geradoras de bioeletricidade em operação.
As térmicas à biomassa da cana são as principais representantes dessa fonte. Em maio de 2021, eram 411 usinas térmicas à biomassa no setor sucroenergético, somando 11.980 MW instalados (76,3% do total instalado pela biomassa).
Em 2020, a biomassa em geral instalou 304 MW novos, representando 6% do total instalado no país ano passado. Em 2021, a previsão é que a biomassa instale 481 MW novos, representando 7,5% do total previsto a instalar na matriz elétrica por todas as fontes de geração (6.379 MW).
A biomassa chegou a representar 32% do crescimento anual da capacidade instalada no país, pois em 2010 foi instalado um total de 1.750 MW novos pela fonte biomassa.
Para Zilmar Souza, gerente em bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), a expectativa é que a participação da biomassa possa crescer na matriz elétrica. “Uma contratação robusta e regular da bioeletricidade, tanto no mercado regulado quanto livre, traz maiores volumes de uma energia renovável, sustentável, não intermitente e efetivamente complementar à fonte hidrelétrica, poupando água nos reservatórios, principalmente do Sudeste/Centro-Oeste, ao mesmo tempo que proporciona uma real modicidade nas contas do consumidor, sobretudo, em momentos semelhantes ao atual, de escassez hídrica”, avalia.
Energia nova
No mercado regulado, já estão programados os Leilões de Energia Nova A-3 e A-4, reagendados para 8 de julho. O cadastramento para os Leilões A-3 e A-4 já terminou e a fonte biomassa cadastrou 30 projetos, totalizando 1.358 MW. Se os 30 projetos fossem comercializados nesses leilões, prevê-se que haveria a injeção de algo como R$ 8 bilhões em investimentos na cadeia produtiva da biomassa no país e um acréscimo de 9% em relação à potência total instalada atualmente pela biomassa.
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