Confiança na economia tem melhorado, mas fiscal ainda preocupa, diz Campos Neto
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira que dados mais recentes têm mostrado aumento da confiança nos setores da economia e que as projeções do PIB para 2021 têm respondido em alta. Campos Neto, porém, voltou a fazer alertas sobre a situação fiscal do Brasil.
O chefe do BC participou de evento virtual promovido pelo Bank of America.
Segundo Campos Neto, o país emerge da crise da Covid-19 como um dos piores entre emergentes no que tange a elevação da proporção dívida/PIB, o que levou a curva de juros doméstica a ser uma das mais penalizadas nesse universo.
O presidente do BC afirmou que um aumento injustificado das despesas públicas para fortalecer a economia teria efeito líquido oposto, uma vez que a leitura seria de quebra de compromisso de regras de sustentabilidade fiscal. Para Campos Neto, pode-se gastar mais para combater, por exemplo, a pandemia, mas é preciso que esses custos extras sejam bem explicados.
Ainda assim, ele rechaçou avaliações de que o Brasil esteja em dominância fiscal --quando o BC fica limitado a subir os juros porque o aumento dos custos de empréstimos deteriora ainda mais o cenário para as contas públicas. Campos Neto justificou que os custos de emissão de dívida têm permanecido baixos a despeito das preocupações fiscais.
O chefe do BC acredita também que a pressão cambial mais forte decorrente do desmonte do "overhedge" (proteção cambial adicional dos bancos) e de pré-pagamentos de dívidas em moeda estrangeira por empresas brasileiras ficou para trás.
(Por José de Castro)
0 comentário
Presidente do Fed de Chicago diz que pode ser necessário diminuir ritmo de cortes de juros
À espera de tarifas de Trump, líder chinês faz ofensiva diplomática em cúpulas globais
Arrecadação federal em outubro fecha com maior resultado em 30 anos
Ibovespa cai pressionado por Vale enquanto mercado aguarda pacote fiscal
Agricultores bloqueiam acesso ao porto de Bordeaux para elevar pressão sobre governo francês
Dólar tem leve alta na abertura em meio à escalada de tensões entre Ucrânia e Rússia