IPCA-15 desacelera em abril, mas tem em 12 meses maior taxa em mais de 4 anos
Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - A pressão dos preços da gasolina arrefeceu e ajudou a prévia da inflação oficial brasileira a desacelerar em abril, mas ainda assim o IPCA-15 disparou em 12 meses bem acima do teto da meta do governo e para o maior nível desde o final de 2016.
Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,60%, abaixo da taxa de 0,93% vista em março e contra expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,68%.
Apesar desse alívio, no acumulado em 12 meses a alta do IPCA-15 chegou a 6,17%, de 5,52% no mês anterior e expectativa de 6,25%.
O resultado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nessa base de comparação é o mais elevado desde dezembro de 2016, quando a alta do IPCA-15 chegou a 6,58%.
E vai ainda mais acima do teto da meta do governo para este ano, que é de uma inflação de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.
Os Transportes continuaram exercendo o maior peso sobre o índice, com alta de 1,76%, ainda que abaixo da taxa de 3,79% de março.
A gasolina continua pesando, apesar de o avanço dos preços ter diminuído para 5,49% em abril, de 11,18% em março-- após sequência de reajustes nas refinarias em fevereiro e março, houve duas reduções no preço da gasolina no final do mês passado, destacou o IBGE.
O óleo diesel subiu 2,54% e o etanol teve alta de 1,46%, de 10,66% e 16,38% respectivamente no mês anterior.
Por outro lado, os preços de Alimentação e bebidas passaram a subir 0,36% em abril, de 0,12% antes, com pão francês (1,73%) e leite longa vida (1,75%) deixando para trás os recuos de março.
Os preços também aumentaram mais no grupo de Saúde e cuidados pessoais, cuja taxa chegou a 0,44% em abril, de 0,24% em março. O reajuste em 1º de abril de até 10,08% levou os produtos farmacêuticos a subirem 0,53%, de 0,29% em março.
Em meio à desvalorização do real, o cenário inflacionário no Brasil tem sido observado com cuidado, com perspectiva de aumento da taxa básica de juros e sucessivas altas nas projeções para o IPCA.
O Banco Central já elevou a Selic em 0,75 ponto percentual, a 2,75%, e indicou outra alta do mesmo valor para maio. Na pesquisa Focus, realizada pelo BC com uma centena de economistas, as perspectivas para a inflação este ano vêm aumentando, e estão agora em 5,01%, com a Selic a 5,50%.
0 comentário
Ações sobem após dados de inflação, mas acumulam queda na semana
Dólar cai após BC vender US$7 bi e Senado aprovar pacote fiscal
Taxas futuras de juros voltam a ceder com aprovação do pacote fiscal e comentários de Lula
Transição com Galípolo mostra que BC técnico permanece, diz Campos Neto
Ações europeias têm pior semana em mais de três meses, com queda no setor de saúde
Presidente do Fed de NY diz que BC dos EUA segue no caminho certo para cortes de juros