Gargalos no abastecimento e 3ª onda de Covid-19 impedem recuperação alemã, diz Ifo
A confiança dos empresários alemães melhorou apenas ligeiramente em abril, já que uma terceira onda de infecções por Covid-19 e uma escassez de semicondutores no setor automotivo desaceleraram a recuperação na maior economia da Europa, mostrou uma pesquisa nesta segunda-feira.
O instituto Ifo informou que seu índice de clima de negócios subiu de 96,6 para 96,8 em março. Pesquisa da Reuters com analistas apontava expectativa de um aumento maior, para 97,8.
"Tanto a terceira onda de infecções quanto os gargalos em produtos intermediários estão impedindo a recuperação econômica da Alemanha", disse o presidente do Ifo, Clemens Fuest, em comunicado.
A Alemanha vem lutando para conter uma terceira onda agressiva de Covid-19, pois os esforços foram afetados por uma variante mais contagiosa, a B117, descoberta pela primeira vez no Reino Unido, e uma distribuição relativamente lenta de vacinas no combate à pandemia.
As empresas melhoraram sua avaliação da situação atual dos negócios mais uma vez, mas estão menos otimistas em relação aos próximos seis meses, mostrou a pesquisa do Ifo.
O clima de negócios na manufatura melhorou ainda mais, atingindo seu nível mais alto em quase três anos, com indústrias relatando listas de pedido cheias e fábricas em plena atividade.
"A situação da demanda ainda é muito boa", disse Fuest.
Mas a perspectiva de negócios era menos otimista, já que 45% das empresas relataram gargalos em produtos intermediários, o maior número desde 1991, disse o instituto.
"Existem gargalos com semicondutores, por exemplo, mas também com muitos outros produtos. Há entraves quando se trata de compras, em quase todos os setores", disse o economista Klaus Wohlrabe do Ifo à Reuters.
Andrew Kenningham, da Capital Economics, disse que a pesquisa do Ifo mostrou que a economia não estava progredindo no início do segundo trimestre.
"Esperamos saber na sexta-feira que o PIB contraiu em cerca de 1,0% no primeiro trimestre em relação ao anterior, e achamos que a economia não fará mais do que estagnação no segundo trimestre", disse Kenningham.
Ainda assim, a Alemanha deve ser capaz de apresentar uma recuperação sustentada a partir do terceiro trimestre e tem chances de ser a primeira grande economia da zona do euro a recuperar seu nível pré-pandemia, provavelmente no decorrer do primeiro semestre de 2022, acrescentou.
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